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Como escolher o vinho certo para um almoço de negócios

Num balde de gelo, tres garrafas de vinhos estão gelando, todas sem rolha, e o balde de prata.

Se você é um  perito, escolher o vinho certo para harmonizar com essa refeição é mole. Mas a maioria de nós não tem toda essa  experiência. E quando abrir o menu, fica muito difícil saber por onde começar.

Pois essa dicas e conselhos podem ajudá-lo a escolher o vinho no seu próximo almoço de negócios.

Não  tente adivinhar – primeira regra. Não a nada de mal em  ser honesto e dizer: “Eu adoraria escolher, mas vinho não é meu ponto forte”.  Devolva a bola para seu anfitrião – que não vai querer deixá-lo desconfortável. Simples assim.

Harmonizando com o peixe – se a maioria das pessoas escolher peixe como prato principal, a opção mais segura é escolher um vinho branco ou um rosé seco. Também deve-se levar em conta o molho servido com os peixes, mas em geral não serão fortíssimos a ponto de “matar o sabor do vinho.

Carne de Cordeiro ou outras carnes fortes –  vinho tinto é a melhor opção. Os Europeus costumam harmonizar com  Côte du Rhône, mas um Cabernet Sauvignon, Merlot, Bordeaux ou mesmo Pinot Noir vai emparelhar bem em seu lugar. E, naturalmente nossos nacionais mais encorpados como o Paralelo 8 da Rio Sol caem muito bem também.

Frango –  com branco ou vinho tinto? – nesse caso pergunte aos seus companheiros o que preferem, uma vez que pode ser um ou outro, dependendo do acompanhamento e do clima. As uvas  Riesling, Chardonnay ou Pinot Blanc, harmonizam bem com frango. Se preferirem vinho tinto, um Pinot Noir, Shiraz, ou Beaujolais vão funcionar também.

Critério mais simples – em um primeiro momento, não precisa decorar rótulos ou os  nomes de todas as uvas, mas atente apenas para uma regra que normalmente funciona: carnes vermelhas, massas, risotos e pratos condimentados podem ser acompanhadas por vinhos tintos. Já as carnes brancas e pratos mais leves como peixes e frangos e ainda se for um dia mais quente, são mais apreciadas se acompanhadas por um vinho branco ou rosé seco.

Como último recurso, não tenha medo de pedir ao manter ou garçom que lhe aconselhe, sempre orientando-o de acordo com o pedido. Afinal, ninguém nasce sabendo  e perguntar não ofende certo?

 

 




Vinhos – dicas para facilitar na hora de servir

Com um fundo cinza bem claro vemos uma taça de cristal sendo enchida por um decanter de cristal em formato de um gracioso pescoço de cisne suspenso por uma mão feminina.

Quem me deu essas dicas foi um amigo que, apesar de não ser enólogo, sempre soube escolher bons vinhos e, da turma,  é em quem mais confiamos quando se trata de vinho.

Escolha antes a uva – e usando como primeiro critério o nome da uva, e não do fabricante. Assim, você não precisa ser conhecedor da safra, ano de fabricação etc, Basta saber as características das uvas que mais lhe agradam e pedir  pelo nome genérico: merlot, chardonnay etc…

Desta forma estará escolhendo pela qualidade e sabor do vinho e não pelo modismo ou marketing das marcas.
Não misture o vinho – essa é uma bebida única: portanto não misture com refrigerante ou sucos (aliás, um suco equivale a uma sobremesa, imagine servir um pudim durante a feijoada)…

Use vinho e vinho, ou vinho e água com gás ou sem gás, e só, não invente!

Respeite a ordem:
acredite, há uma ordem pra se saborear os vinhos. Assim como num jantar, não se começa pela sobremesa, por uma questão de equilíbrio e paladar, prefere-se em geral beber vinho branco antes do tinto, e o seco antes do doce.
Muita água! Uma jarra bonita e transparente com água gelada sobre a mesa, além de acompanhar bem qualquer vinho, é agradável (todos sentem sede!) e faz render mais seu vinho.
Renove as taças – se seu convidado sujou a taça, com gordura ou batom, troque discretamente, ele vai adorar!

5 taças de cristal estão enfileiradas de frente para a foto - que está em close. Vazias, o desenho de seus diferentes formatos se sobrepoem.

 




Enologia é para que, entende. Apreciar vinho é para todos

O caso foi motivo para várias discussões, inclusive a de que “esse papo de enologia é tudo bobagem, vinho é tudo igual”.

Tudo igual não, cara pálida!  O problema é que, de modo geral, as pessoas tendem a perceber a enologia como algo que se restringe a valores e/ ou preço de mercado. E o vinho vai muito além de números, gradação de álcool e batizar as “notas” com referências poéticas como “orvalhada” ou “amadeirada”.

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Tomemos o exemplo do casal que pediu o caro e ótimo:  o que faz alguém querer pagar aproximadamente R$11.000,00?

São enólogos apreciadores de vinho e ganharam na loteria – portanto estão realizando o sonho da vida ou eles são jornalistas e estavam fazendo uma matéria anônimos com o cartão corporativo da empresa para a seção de vinhos.

Agora, outra pergunta: por que não perceberam que estavam tomando um vinho agradável, sim, mas não aquele caríssimo que haviam pedido? Arrisco algumas possibilidades:

A comida que pediram estava tão boa que harmonizou super bem com o vinho, deixando tudo perfeito. Ou eles não entendiam nada de vinhos, mas, como tinham dinheiro pediram o mais caro “para garantir”.

Quem sabe eles estavam tão apaixonados, entretidos em comemorar a felicidade que qualquer vinho seria apreciado igualmente.

Percebem que o “apreciar” um vinho tem muitas variantes – já dizia um ditado antigo que “o melhor vinho é aquele do qual eu gosto” Porque depende de cultura, hábito e do momento em que você degusta. E, claro da sua familiaridade com a bebida.

Cresci tomando vinho nos almoços familiares na casa de meu avô italiano. Vinhos “bons” considerando a exigência de qualidade de minha avó do norte da Italia. Não “entendia” de vinhos: apenas bebia, e gostava. Acompanhavam risotos, massas deliciosas e fofocas familiares saborosas em momentos felizes.

Na faculdade desenvolvi uma alergia que, hoje entendo, devia-se a química usada em alguns vinhos “inferiores”. Eu bebia, mas passava o dia seguinte vermelha e “empipocada…”

 

Quando conheci meu marido, criado na Toscana, contei sobre minha alergia. Ele riu e disse: “vinho bom não dá alergia!”: Há 32 anos bebemos os vinhos que ele escolhe – e nunca mais empipoquei pois, embora não seja enólogo ele aprendeu a apreciar desde sempre.

Pois é: uma coisa é plantar, desenvolver métodos de produção, análise e catalogação de vinhos – outra, é apreciar. Com todas as belas variantes que a vida pode nos proporcionar.




Mix de Taças – agora pode e deve!

 

Depende. No meu caso adoro misturar a mesma textura com cores diferentes, como na foto acima – que mal tem se combina como resto da decoração? Também não vejo nada demais em misturar texturas – como no caso das taças abaixo: a âmbar bico de jaca super vintage com a delicada taça de vinho transparente fiou ótima!

Ainda: hoje é perfeitamente normal ter taças de várias cores escuras como vermelho rubi e até mesmo pretas – tendência há alguns anos e que se mantem agora também nos pratos e baixelas. Quer misturar as cores? Pode – desde que não misture mais de 3 para valorizar: assim o efeito de contraste ou mesmo de diferentes tonalidades não se perde.

 

 

As taças todas iguaizinhas como nesse requintado jogo bom borda trabalhada em dourado são sem duvida nenhuma elegantérrimas e corretíssimas em qualquer ocasião! Se tiver poucas dessas não hesite em misturar pois combinam com praticamente tudo! Finalmente, existe sim uma regra  segundo a qual as taças de vinho devem ser sempre transparentes para que se veja a cor do vinho e se perceba melhor o seu corpo. Regra que super procede tá?

No entanto com a tentação dos novos jogos coloridos é perfeitamente natural usar cor em taças de vinho em refeições informais ou em família. Porém, se for receber em uma ocasião mais formal ou mesmo pessoas que saiba que são apreciadores de vinho e vem de culturas como a italiana ou francesa que realmente valorizam esses detalhes, tente usar taças transparentes. Pode até misturar cores e texturas – desde que as de vinho mantenha sua transparência…

 




Como fazer para servir e degustar melhor seu vinho

uma taça de vinho tinto bem escuro está contra um fundo negro e um cacho com uvas também escuras cor de beringela está ao pé da taça. O efeito é de impacto com o contraste dos tons escuros e do brilho do cristal.

Respeite a ordem: acredite, há uma ordem pra se saborear os vinhos. Assim como num jantar, não se começa pela sobremesa, por uma questão de equilíbrio e paladar, prefere-se em geral beber vinho branco antes do tinto, e o seco antes do doce.

De modo que, se puder elaborar o cardápio por esse critério, tudo o que server será muito mais valorizado e apreciado. Pois não adianta servir um vinho precioso  como Romanée Conti com uma receita que brigue com seu sabor !

Renove as taças – se seu convidado sujou a taça com gordura ou batom, troque discretamente. É um gesto singelo, mas pode acreditar: ele vai adorar!

Ainda, ao abrir uma garrafa de outra marca isso se torna necessário. Muita gente acha frescura mas não é. E, como não custa nada, faça isso.

Muita água! Uma jarra bonita e transparente com água gelada sobre a mesa, além de acompanhar bem qualquer vinho, é agradável – uma vez que todos sentem sede! Sem falar que a água faz literalmente render muito mais mais tanto a conversa (que não desanda) quanto seu vinho.

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