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Minimalismo x Consumo Afetivo

Ao eliminar o excesso, ganhamos clareza e liberdade. No entanto, na prática, o minimalismo nem sempre encontra espaço no cotidiano de quem vê nos objetos além da sua utilidade, também memória, emoção e identidade.

Consumo afetivo. Guardamos cartas antigas, roupas de alguém querido, a louça da avó, brinquedos da infância ou aquele presente de uma amizade que já se foi. Mesmo quando não usamos ou sequer vemos esses objetos com frequência, eles habitam nossas casas como testemunhas silenciosas da nossa história. Jogá-los fora seria como apagar capítulos importantes da nossa vida — e é aí que o minimalismo perde força para o afeto.

O discurso de “menos é mais” colide com a complexidade emocional do que acumulamos. E isso não se trata apenas de nostalgia, mas de pertencimento. Guardar certas coisas nos dá um senso de continuidade, especialmente em um mundo tão instável e fluido. Em vez de priorizar apenas a funcionalidade, o consumo afetivo valoriza o vínculo e o significado.

Nem todo acúmulo é desorganização. Sim pois, existe beleza em uma estante cheia de livros lidos, em uma parede com fotos de gerações, ou em um guarda-roupa que conta histórias de fases da vida. Às vezes, guardar é uma forma de autocuidado e de resgatar quem somos.

Isso não significa que o minimalismo não tenha seu valor — ao contrário. Ele pode ser um excelente exercício de desapego, foco e praticidade. Mas talvez a questão não seja escolher entre minimalismo e afeto, e sim encontrar um equilíbrio. Reduzir o consumo por impulso, sim. Mas manter aquilo que faz sentido emocional, que acolhe, que representa.

Sim porque, mais do que casas limpas, buscamos casas com alma. E, nesse cenário, guardar pode ser, sim, um gesto de amor.




Como convidar – e cultivar – pessoas

Achei interessante, pois por muito tempo nossas casas foram usadas apenas como um lugar de descanso entre férias e trabalho. Mas, depois de 2020, redescobrimos nossos espaços, o prazer de ficar em casa e também de abri-la para outras pessoas sempre que possível – e não apenas em ocasiões especiais.

Os anfitriões natos, pessoas festeiras e gregárias, fazem isso com muita facilidade – para eles, é como respirar. Mas entendo os mais tímidos e me identifico com as pessoas mais reservadas, para quem socializar pode ser mais difícil. Por isso pensei em ajudar nossa amiga dividindo o ato de convidar em etapas. E a primeira delas, é entender que a preciosa matéria prima que define o sucesso de qualquer encontro são as pessoas. Quem você convida, quantos e como aproximar diferentes grupos é o grande pulo do gato para que todos se sintam bem e o encontro seja um sucesso.

Amigos e familiares – deveria ser o grupo mais fácil de receber: em geral não fazemos cerimônia com eles e podem ajudar no que for preciso. E estar entre pessoas próximas, acaba deixando todos mais a vontade e o encontro flui melhor.

Segunda etapa: sair da zona de conforto e misturar grupos – afinal, esse mix é que vai promover  novos encontros e conexões interessantes. E não se trata de quantidade ou de abrir a casa para qualquer um mas, de saber convidar além do óbvio.

Colegas de trabalho –  calma! Você não é obrigado a convidar todo o departamento, mas se você tiver um bom relacionamento com algumas pessoas de sua empresa convide, sim. E não tem problema convidar apenas alguns – se alguém for invasivo o suficiente para questionar, seja firme ou finja que não ouviu.

Convidar vizinhos   quem é tímido costuma passar anos sem saber que cara tem o vizinho. Mas é um erro, pois embora alguns possam ser desagradáveis (ou mesmo insuportáveis), outros, podem ser  uma grata surpresa. Conheço mais de um caso em que vizinhos acabaram se tornando grandes amigos e até mesmo expandindo o grupo formando uma poderosa rede de apoio local. E sim, é uma ótima maneira de fortalecer os laços com a sua comunidade – por que não?

Amigos de interesses em comum – se você participa de clubes, grupos ou atividades com pessoas que compartilham os mesmos interesses, pode convidá-las também em sua casa. Encontrar essas pessoas em outro ambiente além do grupo em comum pode ser salutar (e uma bem vinda variação) ainda mais se você  misturar convidados da família ou até mesmo colegas.

Dica – não convide gente demais, prefira grupos menores – e o limite é quantos você pode acomodar bem em casa. Assim permite que as pessoas conversem, interajam de fato e formem algum tipo de vínculo. E se divirtam claro, que ninguém é de ferro!




Etiqueta para Crianças

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A esperteza de minha mãe em nos ensinar, ainda pequenos, as regras de etiqueta como se fosse brincadeira foi fundamental para que nos tornássemos adultos mais seguros e transitar com facilidade nos ambientes mais variados.

Quando me perguntam com que idade é bom ensinar as regras básicas de comportamento para as crianças respondo que quanto antes melhor. Desde pequenininhos mesmo!

Acredito nisso – pois vivi a experiência com minha mãe Teresa, criatura curiosa e sociável, que fez questão se nos apontar desde sempre as diferenças de costumes e modos de fazer nas mais variadas situações do dia a dia.

Fazia isso de forma divertida e aprendíamos meio que sem perceber – embora ela fosse rigorosa para nos mostrar e impor limites.

Agradeço a ela até hoje e insisto que é mais fácil e útil do que se imagina!

A criança fica mais segura: ela tem respostas e sabe como agir e porque deve ser daquela forma.

Elas aprendem a socializar com mais facilidade – cientes dos limites, fica muito mais fácil participarem de grupos, brincadeiras e fazer amizades criando vínculos de qualidade ao longo da vida.

Educação encanta igualmente pais e colegas – quer coisa melhor? Os pais dos amigos certamente vão reparar que seu filho é educado e descolado. E os amiguinhos respeitam esse conhecimento e atitude que, além de não ocupar espaço, facilita a vida – mesmo na infância.




Como dar Presentes

Reuni aqui várias dúvidas que foram chegando e espero que ajude a esclarecer.

Dividir um presente com alguém que está sem grana – perfeito, desde que fique claro que são duas ou mais pessoas que estão dando – e que todos assinem um cartão ou mensagem.

Para quem “devo” dar presentes? – para quem você sente vontade, claro. Mas existem alguns que são obrigatórios e não tem como escapar…

Aniversário de parentes e amigos – preciso comprar? Parentes super próximos e queridos merecem pelo menos uma lembrança. Já os outros mais distantes e que vemos pouco, depende do caso. No entanto se há uma comemoração para a qual você foi convidado, não há como chegar de mãos vazias…

Já os amigos, acredito que há aqueles que independente de comemorar junto ou não, são amigos da vida, que nem é preciso esperar o aniversário para presentear. Basta ter vontade ou ver algo que sabemos que é a cara dele…

Presente para namorado – se der fora de data melhor ainda, mas não dar em datas especiais é imperdoável – simples assim.

Presentear com tato –  se vai dar roupa, tem que conhecer o estilo e preferência do outro. Mas não só isso: não dá pra comprar, por exemplo, um número minúsculo porque estava na liquidação e era o último… Roupa precisa poder trocar, tá?

E um número bem maior? Se for beeeeem maior a pessoa pode ficar ofendida, mas apenas um número maior não tem problema – e você pode justificar avisando que o fez por segurança e é mais fácil apertar…

Se ganho um presente tenho obrigação de retribuir?– não de imediato, mas, em uma data oportuna é delicado retribuir sim. Já, agradecer é obrigatório – e o mais rápido possível…

Posso presentear chefe ou superior na empresa? Não é obrigatório e nem adequado. A não ser que a pessoa tenha uma amizade pessoal com você. Nesse caso faça isso em particular, apenas no aniversário e com um mimo discreto.




Tecnologia x Crianças: não entregue essa luta

E falo isso por experiência própria, observo meus afilhados e filhos de amigos. É assustador…

Academia Americana de Pediatria, em 2014, recomendou limites para o uso de tecnologias de qualquer tipo. Até os 5 anos, as crianças só deveriam ficar no máximo 1 hora diante das telas, 2 horas para crianças de 6 a 12 anos e para 3 horas a partir dos 13 anos. Acho justo… crianças dessas idades precisam brincar na rua (quintal, playground dos condomínios…) e aprender a se socializar.

 

Vejo muitos pais que não se preocupam com isso, deixando as crianças livres para usar os equipamentos da forma como quiserem.

Conversar e fazer brincadeiras em que eles participem é uma das formas para que não se tornem dependentes dessas tecnologias todas. Sei que estaremos cansados, estressados, mas eles não têm a ver com isso, então vamos nos ater a isso, ok?

Os Perigos –  diagnósticos de TDAH, autismo, distúrbios de coordenação, atrasos no desenvolvimento e fala, dificuldades de aprendizagem, transtorno do processamento sensorial, ansiedade, depressão, sobrepeso, tendinite e distúrbios do sono estão cada vez mais, associados ao uso excessivo da tecnologia. Os pequenos também estão deixando de desenvolver a empatia, instrumento fundamental para a construção de amizades e confiança.

As crianças repetem os que os adultos fazem – isso é um fato… então – e eu sei o quanto é difícil – vamos pelo menos tentar não ficar grudados na tela do celular quando estamos perto deles.

Não nego a tecnologia – amo o que ela pode nos proporcionar (conhecimento, comunicação, entre tantos outros pontos positivos) mas, como adultos,  ainda conseguimos discernir o que  é certo e errado o que faz mal as crianças e o que pode desenvolver suas potencialidades…. Nossos pequenos não conhecem os perigos da internet, principalmente, que existem pessoas más, com intenções malévolas e que pode sim, fazer mal a eles.

Então, vamos incorporar uma atitude mais alerta, menos exausta e passiva e tomar mais cuidado, está bem?