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Educação para todos – sala especial ou escola inclusiva?

Em uma imagem de fundo branco destaca-se a sombra negra de cinco crianças. No centro está uma de cadeira de rodas e a sua direita uma menina em pé ao lado de um menino também em pé com uma bola entre as pernas em posição de quem vai chutar a bola. A esquerda da cadeira de rodas um garoto em pé de boné interage com uma menina sentada no chão. O grupo sugere interação entre os cinco em clima de brincadeira.

 Mas nunca vi aquilo como uma segregação, sempre com uma super proteção para os alunos com deficiência.

Quando criança começava o mês de janeiro preocupada com a escola: será que vou mudar de sala (na minha época a gente mudava), quem vai estar na minha sala? Quem serão meus professores? E isso me causava angústia e medo.

Fazendo uma retrospectiva de final de ano, lembrei desta época remota, tentando imaginar, com seria ir pra escola nos hoje, em que se fala de “total inclusão educacional”.

Ora, essa inclusão, na verdade só acontece no papel. Daí minha oreocupação em saber como se sentem as crianças e jovens com deficiência para encarar um novo ano escolar.

Intenção e lei sem controle não bastam – sou super a favor da inclusão escolar, afinal, nada melhor do que a convivência coletiva, reunindo diferenças, para crescermos como seres humanos.

Mas quando se fala em alfabetização e aprendizado, não basta a convivência – é fundamental muita dedicação, condições adequadas e material especializado.

Sem tecnologia assistiva, sem intérprete de libras, sem braille, com uma sala superpopulosa e uma professora tendo que dar conta de todo mundo – em geral sem especialização para isso.

E em meio a esse despreparo geral, está uma criança – com algum tipo de limitação – junto com as demais, sim, mas sem a atenção necessária para ser realmente incluída. Ora, esse tipo de situação pode criar mais angústias do que alívio, alguém duvida!?

Mães coragem – elas são um verdadeiro exercito de mulheres dispostas a dedicar cada segundo de suas vidas e cada fio de fôlego para preparar seus filhos para mundo. Desistem dos maridos, dos empregos, delas próprias para acompanharem suas crias na escola e dar apoio e colo.

Mas muitas desistem, diante dos poucos resultados que vêem. As que ficam, sentem-se como extraterrestes junto as demais, com filhos sem deficiência. Uma amiga minha passou isso com o filho que tinha paralisia cerebral: como só havia ele na escola com essa limitação ela não conseguia se sentir parte do todo e precisou procurar grupos para que ele visse que tem muita gente igual – vivendo, aprendendo e lutando.

Mais que só a matéria – pois é: além de condições reais e estrutura, é preciso também – e principalmente – atitude! E acima de tudo, amor no coração, olhar o próximo como alguém da sua família, humildade para aprender e depois ensinar e assim viver!

Por isso, nesse mês de janeiro, de aquarianas, como eu, e das capricornianas, todas que conheço, mulheres batalhadoras, produtivas, arrojadas e donas de si, dedico esse texto todas as essa mães, guerreiras das escolas, junto a seus filhos, as irmãs e filhas que jamais esmorecem em seu apoio aos irmãos. E, antecipando a data de março,   a todas as mulheres em geral.

Feliz ano novo – e, do fundo do coração, espero que seja sim, um feliz e sempre melhor ano escolar a todos os alunos – com e sem deficiência. Porque a inclusão funciona em mão dupla, certo?