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Amizades na fase adulta – por que são mais difíceis???

Mesmo com a vontade de cultivar laços verdadeiros, muitos percebem o tamanho do desafio que é manter amizades duradouras. Os encontros diminuem, as mensagens atrasam, os silêncios se prolongam — e, muitas vezes, o afeto permanece, mas a convivência se desfaz. A vida adulta exige! E exige muito.

Tempo engolido por responsabilidades – trabalho, família, estudos, boletos, autocuidado, imprevistos. As agendas são muitas e custam a coincidir. E, ainda que a tecnologia facilite o contato, ela não substitui a presença real, o olhar, o afeto cotidiano. As amizades, que antes ocupavam um lugar central, passam a disputar espaço com obrigações inadiáveis.

As prioridades mudam – à medida que crescemos, desenvolvemos valores, ritmos e estilos de vida diferentes. Às vezes, isso fortalece a amizade, quando há respeito e maturidade. Outras vezes, cria distâncias silenciosas. Já não basta ter afinidade — é preciso disposição emocional, empatia e esforço mútuo para manter a conexão viva.

Cobrança/ culpa – adultos muitas vezes se cobram por não conseguirem ser os amigos presentes que gostariam de ser. Mas amizade na fase adulta precisa ser compreendida/percebida com mais gentileza. Não se trata de frequência, mas de profundidade. Um vínculo verdadeiro pode sobreviver ao tempo e à distância — desde que haja sinceridade, confiança e afeto real.

Intenção um “vamos marcar” que sai do discurso e se transforma em encontro. Uma ligação sem motivo especial. Um check-in emocional. Pequenos gestos que demonstram: “mesmo longe, eu me importo”. E isso vale mais do que qualquer presença constante.

No fim, talvez não seja tão difícil manter amizades adultas, mas é preciso, isso sim, entender que podemos reinventá-las — com menos idealização e mais verdade. Porque a amizade, mesmo com menos tempo, pode continuar sendo uma das formas mais potentes de companhia que a vida oferece.




Você já ouviu falar em Etarismo? Sabe o que é???

Que triste. Aliás, tristíssimo. Como qualquer tipo de preconceito.  Mas, ele existe e infelizmente está bem presente na sociedade brasileira.

E não apenas contra pessoas de “idade avançada“, mas cada vez mais contra qualquer um que ultrapasse os 30, 40 anos.

Eu fico me perguntando: que sociedade é essa, que despreza (conscientemente ou não) a vivência, a sobrevivência, a experiência, a sabedoria. Só pode ser uma sociedade doente.

Tudo bem, é maravilhoso ser jovem, o viço, a força, a alegria de viver. Tudo isso é delicioso e encantador. Mas, também há o outro lado da moeda. A falta de  experiência, maturidade e independência, normalmente presentes na juventude. E está tudo bem, tudo certo. Elas virão com o tempo.

Todos nós já fomos jovens e nos lembramos, na maioria das vezes, com saudades de nossa juventude.

A juventude é maravilhosa, assim como a maturidade! A maturidade dos 40, 50, 60 e poucos anos.

Não há demérito algum em não ser mais jovem. Aliás, querer a juventude eterna é utopia. Que na prática, muitas vezes leva aos exageros e ridículos da vida.

A vida passa e nós envelhecemos com tudo a que temos “direito”.

Nos tornamos mais calmos, mais sábios, mais tolerantes. Ou não! Vai depender também dos aprendizados individuais.

Mas, há grande chance de isso acontecer para a maioria. Tomara…

Nós precisamos urgentemente repensar essa postura social generalizada, horrorosa e injusta, de Etarismo.

Precisamos aprender a enxergar as realidades da vida e mudar nossos próprios conceitos.

Tenhamos como exemplo a sociedade japonesa, que honra e valoriza seus não jovens. Que os mantém inseridos em seus contextos familiares e sociais, fazendo uso de suas competências adquiridas com a vivência. Quantas diferenças em relação a nossa doente sociedade brasileira.

Nós que já passamos dos 40, 50 (quando tantos e tantos morrem antes), precisamos aprender que somos sobreviventes de valor e experiência. Não há necessidade alguma em omitir ou mentir a idade.

Pintar os cabelos brancos? Apenas se for mesmo uma questão de estilo e nunca para os esconder.

Vamos pensar sobre isso? Tenha orgulho da sua idade. Da sua vida. É libertador

Eu sou Astrid Beatriz, tenho 52 anos e cabelos prateados. Me orgulho muito da senhora em que me tornei. Me acho o máximo!!!

 

Escrito pela Professora Astrid Beatriz Bodstein