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Mulheres na liderança: sim, vamos insistir nisso!

Retrato em preto e branco de mulher de mais de sessenta anos sorrindo de forma plena e tranquila. Os cabelos grisalhos e longos estão presos de forma solta para trás e ela usa brincos de metal trabalhado pendurados e um anel trabalhado e grande em uma das mãos que estão junto ao rosto . A expressão de é de tranquilidade e realizaçãoGraças a Deus, a discriminação por gênero perdeu espaço e, hoje, podemos encontrar mulheres em número igual ou até maior em diversas áreas e segmentos de mercado. E isso não demorou muito para se refletir em suas lideranças. Uhuuu! Porém, ainda não chegamos aonde queremos…

O que se espera de um líder é um processo de evolução e compartilhamento de seus talentos e pontos forte, certo? E isso que as mulheres que estão no meio o corporativo têm buscado. Mostrando suas qualificações e incorporando conhecimentos que agregam novos diferenciais.

É fato que as mulheres prestam mais atenção aos detalhes do que os homens. Então, acabam desenvolvendo uma visão sistêmica. Ou seja, a capacidade de enxergar a empresa de uma maneira integrada. Quer algo melhor que isso???

As empresas que tem mulheres como líderes tendem a ter uma comunicação mais efetiva, tanto no sentido de desenvolvimento da líder (competências e habilidades) quanto no aumento do desempenho de seu grupo de liderados.

Às vezes, falta iniciativa das pessoas em expor-se e exercitar seus talentos, pontos fortes e ideais. Porém, como as mulheres – normalmente – tem mais talento para se comunicar de forma acessível, escutar e dosar as respostas, os colaboradores costumam se sentir mais à vontade em conversar. Conseguindo assim, que a empresa tenha funcionários mais “tranquilos”, digamos assim, para expor suas ideias.

Enfim, existe sim, um crescimento pequeno de mulheres na liderança, considerando que estamos em 2024. E sim, as empresas precisam ter um diálogo mais aberto com homens e mulheres para desafiar o status quo.

Então… mulheres, vamos continuar correndo atrás porque, mais do que nunca existem muitas oportunidades!  Os homens, não percam tempo e coloquem mulheres na liderança de sua empresa. Estão esperando o quê?

Incentivar a redução da desigualdade é também buscar um futuro melhor para todos. Entendem a abrangência de to-dos, né?




Mulheres sobre o fio da navalha

Para quem ainda não ouviu falar, e segundo a OMS, esse tipo de esgotamento não é uma doença ou condição médica, mas um fator que influencia  (negativamente) nossa saúde.

Primeiramente vamos entender Burnout significa: Herbert Freudenberger definiu como um estado de exaustão causado pelo excesso de trabalho… prolongado.

Sobrou para elas – ok, desde sempre a rotina das mulheres é mais apertada do que ados homens: elas tem jornada dupla, e muitas vezes, tripla – cuidando de casa e filhos, além de trabalhar fora.

E, desde 2020 essa carga, para as que trabalham aumentou muito mais. Ora, os homens (mesmo os de países ditos “desenvolvidos” e menos machistas “ajudam em casa”, mas não arcam com toda a carga doméstica. Já elas, depois da pandemia, acumularam várias funções com o home office em tempo integral e mal tem tempo de respirar e dormir…

Ajuste demorado – após uma retomada parcial às atividades presenciais, mesmo com muitas profissionais trabalhando de forma híbrida, a situação, que teoricamente  poderia ter melhorado, não avançou muito e, em alguns aspectos, até piorou. E nesse momento, apareceu o esgotamento mental/emocional.

Além do burn-out, salário inadequado e falta de oportunidades fazem com que mulheres queiram deixar seus empregos atuais. Algumas reclamam que os benefícios do trabalho híbrido ainda não são percebidos, e assédio e microgressões aumentaram.

De acordo com Venus Kennedy, sócia e líder do Delas (programa de diversidade de gênero da Deloitte no Brasil),  no ano passado já havia insatisfação e esgotamento por parte das profissionais mulheres, como resultado de uma desigualdade de gênero que ainda existe dentro das empresas.

Fenômeno mundial – ok, não é só aqui: entre novembro de 2021 e fevereiro de 2022, a Deloitte Global realizou uma pesquisa com 5.000 mulheres em 10 países para explorar como as mulheres em todo o mundo avaliam sua satisfação geral, e motivação no local de trabalho.

Das 500 mulheres consultadas no Brasil, a ampla maioria (96%) trabalha em tempo integral. 43% estão atuando de forma híbrida, 37% de forma remota e 20% totalmente presencial.

Mais da metade (52%) das brasileiras entrevistadas têm entre 39 e 54 anos masssss…. isso não quer dizer que não exista já um batalhão de jovens mulheres estressadas e muito pessimistas em relação ao futuro e suas perspectivas profissionais.

Tem solução? Claro que sim. Mas passa por uma mudança radical em nosso comportamento e prioridades. Aliás, precisamos, definitivamente aprender a priorizar. E isso significa abusar da palavra não.

“Não vou”, “não dá tempo”, “não sei fazer”, “não  posso”, “não gosto”, “não quero”, “não enche!”, – viram quantas possibilidades uma simples palavra nos oferece? Aprender a dizer não é meio caminho andado para uma vida com maior qualidade e que atenda mais a nossos desejos e preferências. Pena que aprendi tarde, mas compartilho agora essa dica tão simples. Comece por aí – e depois me conte!




A culpa não é (só) da Anitta

E aquelas em que elas abrem as pernas de frente e mostram o mesmo fio entrando pela genitália depilada, com pedrinhas brilhantes aplicadas? Eu me incomodo – não por moralismo, mas porque não pedi e nem permiti tamanha intimidade…

Essas imagens são cada vez mais frequentes e a patrulha da moral e dos costumes, culpa a ideologia de gênero, a esquerda e a Anitta.  Menos – muita calma nessa hora. A esquerda e ideologia de gênero nada tem a ver com isso.

 

Mas, é fato que as Divas Pop todas tem abusado desse tipo de marketing – que vende! A questão é: será que precisam de toda essa pornô sensualidade para sobreviver e vender? Claro que não. Mas… é o caminho mais fácil…

Deu certo com Madonna na década de 80 – amadrinhada por ninguém menos que a feminista Camille Paglia (que dizia que ela era o ícone da liberdade feminina e podia tudo).

Ali começou a identidade visual (e conceitual) dessa pseudo mulher empoderada: cada vez mais peladas, sensualizadas e agressivas sexualmente, elas acabam virando exemplo para garotas ainda estão em fase de descobrimento e construção de sua sexualidade.

Madonna hoje, parece uma noviça de coro gospel perto do que vemos atualmente. Não acontece só no Brasil, mas no mundo todo. Brasil é gravíssimo! Em um País despreparado do ponto de vista da educação formal como o nosso, de cultura machista e cada vez mais violenta, as meninas – de todas as classes – não tem a menor chance de construírem relacionamentos saudáveis com parceiros/as. Exagero? Então veja os números.

Campeões do estupro – 4 meninas são estupradas a cada hora no Brasil. Eu disse meninas – não mulheres. Pois menores de 13 anos ainda são meninas, certo?

Pior: 64% dos casos de estupros registrados no País são… de meninas!!  (Lembrando que casos registrados que são apenas 35% do total).

Não aparece por quê? Porque, como sabemos, essas meninas são estupradas por gente que elas conhecem, muitas vezes confiam, e quase sempre de quem dependem e que moram junto.

É o pesadelo do pesadelo: para completar esse é o único crime no qual a vítima sente culpa, constrangimento e vergonha e, por isso mesmo não relata.

Enquanto isso; a cultura Pop segue vendendo a imagem de que quem para ser poderosa precisa mostrar o corpo, a genitália, se vender literalmente (pois corpo nu, bunda e seios vendem mais do que corpos vestidos).

A maior falácia de que se tem notícia. E é muito difícil convencer uma menina a estudar, a pensar com mais profundidade ou mesmo a “se amar” quando o atalho do nudismo e do “amor bandido” é tão mais fácil e, de início tão mais emocionante (“ele tem ciúme porque me ama”, “a gente briga mas a gente se ama”, “ele me bateu mas até chorou depois”).

Como reverter isso? Agindo! Para começar, entre no site do Instituto Liberta – e informe-se mais e melhor. Eu indico. Eu já estou me mexendo – vamos nessa?




Dia (Mês) da Mulher: Você Comemora ou Resiste?

Aliás resisto como fazemos todas há séculos, como sempre o fizemos desde que o mundo é mundo: resistimos comendo pelas beiradas.

Resistimos com furiosa delicadeza. Acolhendo com empatia e sororidade.

 

Resistimos em silêncio. Em doloridas pausas. Em férteis encontros, compartilhando problemas mas, principalmente – e sempre – oferecendo soluções. Resistimos oferecendo nosso colo – jamais a outra face.

Esse ano, pensei, pela primeira vez, comemorar. Foi quando, muito honrada pelo convite da dra. Isabel de Castro, compareci a OAB em São Paulo, para primeiro encontro da comissão da Mulher Advogada.

Foi a primeira reunião sob a gestão da dra. Patrícia Vanzolini – a primeira mulher a ser eleita presidente da Ordem em 90 anos.

Ora, 90 anos, na História da Humanidade é um átomo de segundo. Mas, para promover tantas e tão necessárias a mudanças é uma eternidade!  Sempre temos pressa!

Enquanto escrevo, meu celular não para de apitar com mensagens indignadas sobre a frase infeliz e escabrosa do deputado estadual por São Paulo Artur do Val (vulgo “Mamãe Falei’ do Podemos ) sobre as Ucranianas “serem fáceis por serem pobres”.

Agora me digam; dá para comemorar o dia da mulher quando vemos que nós próprios elegemos gente com esse tipo de atitude?

É triste: Mamãe Falei elegeu-se na esteira dos milhões de seguidores que o achavam “jovem” e com frescor de quem nunca foi político (de nada adianta com tamanho ranço machista).

Não é mimimi: o áudio vazado do dito deputado continha passagens de uma baixeza e escatológica tamanha que fica ruim publicar aqui. Difícil me escandalizar tanto  – mas é de embrulhar o estômago e desanima a mais otimista das criaturas.

Abram o os olhos galera! Esse ano tem eleição (sim, de novo). Vamos nos comportar como se estivéssemos no estádio em final de copa do mundo ou vamos fazer um pouco de lição de casa desde já? Pesquisar conversar, (ouvindo sem brigar ou interromper) e se informar com mais detalhe?

Voltando as mulheres: vamos comemorar o que? Os 30% que trabalhamos a mais para ganhar exatos 30% menos que os homens no mesmo cargo? (E ano após ano essa pesquisa se repete sem alterar os índices)…

O feminicídio e a violência doméstica que continuam a aumentar em todo o país? Ou a criatividade das campanhas que circulam pela internet com variadas maneiras para as mulheres pedirem socorro em silêncio (para não enfurecer ainda mais o agressor que quase sempre mora com elas)?

Não consigo. Fica cada vez mais difícil achar alguma beleza, paz, ou equilíbrio no dia a dia desse mundo…

Esse ano ainda não comemoro. Mas resisto!




Você não está sozinho

Não sou muito afeita a me afogar em crises ou momentos difíceis. Minha amiga Susie, usa a parábola dos sapinhos para ilustrar os 2 tipos de comportamento diante de uma crise – seja ela de que tamanho for:  o sapinho depressivo que, caindo em um balde de leite se lamenta alto dizendo que está cansado e vai se afogar. E se afoga. E o maníaco que, ao se ver dentro do leite começa a bater pernas frenético, sem pensar até que, o leite vira manteiga e ele, lépido, salta para fora.

Ela diz que eu sou o segundo – e concordo: crises tem que ser enfrentadas, administradas, contornadas, enfim: tudo menos nos afogar nelas. Tanto é assim que, de forma geral consegui passar pela vida (privilegiada, reconheço) sem me lamentar. Nem mesmo das crises que, alegadamente todas as mulheres enfrentam.

Crise dos 30 – nem soube o que era – estava ocupada demais, me apaixonando, entre outras coisas boas.

Crise dos 40 – não percebi – estava terminando o meu terceiro livro e minha filha acabava de nascer.

Menopausa – nem liguei: detesto frio e o calor permanente nunca me incomodou demais.

Crise dos 50 – se não houve dos 30 e 40 por que raios eu haveria de me atrapalhar mais madura etc.?

 

Crise dos 60 –  dei risada e achei que era com os outros.

 A Real Idade – em 2020, a pandemia me pegou aos 61. Dois anos se passaram e várias vezes percebo que acordo com …78 talvez? Sim, de repente me percebo com pensamentos soturnos, movimentos muito lerdos – alguns já dificílimos de fazer além de uma enorme dificuldade de ver algum sentido em desempenhar tarefas do dia a dia.

Percebo um sem-fim de mudanças – para muito pior – até mesmo nos espíritos mais otimistas e doces: nossa alma está alterada, nosso futuro incerto, o presente embaralhado, o dia a dia difícil e o passado… ah o passado!

Nosso passado está como que invalidado: não mais isso, não mais aquilo, isso não pode mais e não sabemos se voltará a poder. Diálogo, encontros, abraços cancelados e restritos por tempo indeterminado. Limitados as telas e a comunicação virtual, pouco a pouco estamos ficando mais inseguros em vez de maduros.

Ok, você não tem nada a ver com minhas pseudocrises e dificuldades motoras. Massss se está sentindo um não pertencimento estranho, medos e incertezas inéditos e sente-se confuso saiba que não está sozinho. Estamos passando por aqueles momentos históricos de depuração de valores, rupturas e novos rumos. A confusão, portanto, faz parte. Resta saber se quando a poeira baixar e conseguirmos emergir para a superfície (ou para fora do balde da parábola de minha amiga) ainda teremos fôlego para respirar aliviados. E finalmente sorrir.