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Talheres: conheça melhor e perca o medo de usar

Um lugar bem colocado a mesa pode ter até 9 talheres por pessoa. O que trás uma enorme insegurança quanto a como usar cada um e medo de pagar mico.

Mas é mais fácil que parece. Para dominar esse assunto, basta conhecer um pouco da trajetória de cada um deles. O garfo, faca e colher surgiram em momentos diferentes e até o ano de 1.500 aproximadamente, habitantes da evoluída Europa comiam… ainda com as mãos!

Faca: a primeira a chegar a mesa. Ela está com a gente desde sempre. As primeiras eram bem rústicas, feitas de pedra lascada, e serviam para tudo: desde caçar até preparar a comida. Quando os humanos  começaram a trabalhar os metais, surgiram as facas de bronze e ferro, e essas, também eram símbolo de status.

Era questão de sobrevivência: todo mundo tinha a sua própria faca e a levava para as refeições. Era tipo um acessório pessoal, e quem tinha uma faca mais refinada, geralmente de metal, era considerado uma pessoa importante.

A colher e sua história antiga. Nossos antepassados já usavam conchas, madeira ou ossos para pegar líquidos ou alimentos macios. O que lhe dá o direito de competir com a faca como o talher mais antigo… Com o passar dos anos o uso da colher ficou mais comum à mesa e o material variava conforme a classe social: madeira, osso, prata e bronze… Os mais pobres usavam colheres de madeira ou estanho, enquanto os ricos exibiam suas colheres de prata.

Garfo – o caçula da família. Seu primeiro uso não era a mesa, mas na cozinha, para segurar carnes enquanto se trinchava e cortava. Ele tinha só dois dentes e era mais prático que elegante. Só foi muito tempo depois que o garfo começou a ser usado nas refeições, mas de forma limitada, principalmente pela nobreza. Ele se popularizou por volta de 1500, na Europa levado por Catarina de Medici que casou-se com o rei da França. Em outros lugares da Europa, o pessoal torcia o nariz, achando o utensílio “afeminado” ou desnecessário.

Quando virou parte oficial dos talheres da mesa ele evoluiu: de dois dentes passou para três ou quatro, facilitando nossa vida para pegar a comida.

Os talheres de sobremesa, com tamanhos menores e mais delicados, surgiram da necessidade de servir as sobremesas com classe, e quem podia exibia conjuntos refinados, com colheres pequenas para pudins e garfinhos para frutas.

Para todos – Já no século 19, a produção em massa de talheres de metal ficou acessível. Surgiram diferentes tipos de facas, colheres e garfos para usos específicos: faca de carne, garfo de peixe, colher de sopa, de sobremesa, e por aí vai. Hoje, talheres de aço inoxidável são os mais comuns, mas claro, quem curte um toque de sofisticação ainda opta por talheres de prata.

De ferramentas de sobrevivência a símbolos de refinamento, eles evoluíram junto com a humanidade. Por isso, se estive a mesa com vários talheres colocados a sua frente não entre em pânico: use sempre pegando os que estiverem na lateral do prato de fora para dentro e lembre que, acima do prato e menores, são os de sobremesa. Mas acima de tudo, aproveite a refeição e a companhia!




Toalhas de Mesa: Do tradicional branco às cores e estampas

No passado, usar toalhas de mesa brancas era sinal de refinamento. Durante anos, principalmente entre as famílias nobres, elas representavam pureza e limpeza. E, convenhamos, manter uma toalha branca imaculada era para poucos – afinal, até pouco tempo atrás, lavar tecido não era nada fácil. Então, ter uma mesa toda arrumada com uma toalha branca mostrava que a família tinha condições de cuidar muito bem da casa.

Com a Revolução Industrial, a produção de tecidos se tornou mais acessível, e as cores começaram a entrar em cena! A invenção dos corantes sintéticos e das máquinas de costura ajudou a popularizar toalhas de mesa decoradas e coloridas, principalmente para ocasiões menos formais.

Movimentos artísticos influenciaram bastante as escolhas de decoração. Padrões inspirados na natureza, como flores e folhas, começaram a aparecer, além de cores suaves como pastéis e tons terrosos. Esse estilo mais natural e orgânico foi um respiro criativo para quem queria fugir do branco.

A explosão das cores, veio com o estilo Art Deco que trouxe toda uma vibe de formas geométricas, cores vibrantes e materiais luxuosos. Aí, as toalhas de mesa começaram a ganhar mais ousadia em jantares sofisticados. Apesar do branco ainda reinar nos eventos mais formais, cores mais marcantes passaram a aparecer em ocasiões menos cerimoniosas.

Depois de 1950, cores fortes como: vermelho, verde e azul, invadiram as mesas, refletindo o espírito vibrante da época. Toalhas de mesa coloridas se popularizaram nas casas e o uso de tecidos sintéticos tornou esses itens mais acessíveis a todo mundo.

Nos últimos anos, a decoração de mesas se tornou uma forma de expressão pessoal. As regras rígidas de etiqueta ficaram mais flexíveis, e as toalhas de mesa começaram a refletir o estilo e a criatividade de quem está recebendo. A personalização é a chave! Desde opções minimalistas em tons neutros até estampas extravagantes e cores super vibrantes, tudo é possível.

Hoje, toalhas decoradas com bordados, estampas florais ou até motivos contemporâneos são comuns tanto em jantares casuais quanto formais. E, claro, o branco ainda aparece, principalmente em eventos como casamentos e jantares de gala. Mas, o mais interessante é que a escolha da toalha é uma forma de mostrar a personalidade do anfitrião e o clima que ele quer criar para a ocasião.




Os Sinaleiros do Castelo de Windsor – Uma Forma Elegante de Coordenar Serviços

A equipe de serviço da Coroa Britânica precisa ser extremamente coordenada, e para isso, existe um sistema discreto e eficaz: o sinaleiro.

 Esse sistema de luzes é usado para garantir que os garçons saibam exatamente o que fazer e quando, sem a necessidade de palavras, mantendo a elegância e o ritmo dos eventos.

Em vez de se comunicar com palavras ou gestos, os garçons seguem um sistema de luzes que indica cada etapa do serviço. Esse sistema é super organizado e garante que tudo funcione como um verdadeiro balé sincronizado. Aqui está uma ideia de como as luzes funcionam:

1. Luz Verde: quando essa luz acende, é hora de COMEÇAR A SERVIR. Isso pode sinalizar o início do banquete ou a troca para o próximo prato;

2. Luz Vermelha: PARADA TOTAL. O serviço deve ser interrompido imediatamente, seja para um anúncio importante, um brinde ou ajustes no protocolo;

3. Luz Amarela: ATENÇÃO! Essa luz é como um alerta para que os garçons fiquem prontos, mas ainda não comecem a servir;

4. Luz Azul: HORA DAS BEBIDAS. Vinhos, champanhe ou outras bebidas devem ser servidos ou reabastecidos quando essa luz se acende.

Mas por que esse sistema é essencial? Em eventos formais e maiores, a precisão é tudo. O sinaleiro permite que o serviço ocorra de maneira discreta, sem palavras ou interrupções desnecessárias, o que preserva a atmosfera sofisticada do evento. Cada luz tem um significado claro, e isso garante que todos os garçons saibam o momento certo de agir, sem causar nenhum tipo de distração e muito menos se comunicarem através de rádios barulhentos ou smarphones.

Esse tipo de coordenação discreta faz com que tudo saia perfeito,  e é usado também em outros países. E, uma ótima ideia para qualquer tipo de  evento maior como casamentos, formaturas e eventos corporativos etc. Fica a dica para as casas de eventos e bufês!




Da Caça à Pratos Elaborados

No início da civilização, a caça era fundamental para a sobrevivência. Animais selvagens como veados e javalis eram o prato principal de muitas refeições, especialmente em sociedades nômades e nas primeiras comunidades agrárias.

Na Idade Média, a caça continuava sendo importante, especialmente entre os nobres, que a viam não apenas como fonte de alimento, mas também como um esporte que demonstrava status. Nos banquetes da realeza, faisões e cervos eram servidos com orgulho e já começava a surgir um toque de sofisticação, com especiarias e molhos.

Renascimento – especialmente na França e na Itália, a culinária começou a se tornar uma verdadeira arte. A caça ainda estava presente, mas as carnes começaram a ser preparadas de forma muito mais refinada. Técnicas como marinar e rechear ganhavam destaque, e a urbanização trouxe consigo um aumento na criação de animais domesticados. Isso fez com que a dependência da caça diminuísse gradualmente.

Símbolo de poder – durante o reinado de Luís XIV, na França, a comida e tudo o que o envolvia, era um evento, já que a refeição tornou-se símbolo de poder e sofisticação. Foi nessa época que a caça começou a perder espaço para pratos elaborados por chefs que serviam à nobreza. Regras de etiqueta foram formalizadas e as refeições preparadas com mais cuidado se tornaram a norma nos jantares da alta sociedade.

Revolução Industrial –  o acesso a alimentos domesticados aumentou, especialmente nas áreas urbanas e cidades. A caça, que antes era uma prática vital, passou a ser vista mais como um hobby. Agora, carne de animais como bovinos, suínos e aves de criação se tornou o centro das refeições da classe média.

Hoje, a caça é uma atividade bastante controlada, e o consumo de carne de caça é restrito. Em muitas culturas, a caça ainda é mais uma tradição ou um esporte, mas nas grandes cidades, praticamente toda a carne consumida vem de animais domesticados.

A transição da caça como fonte principal de alimento para pratos mais sofisticados preparados nas cozinhas foi um processo que durou séculos. E hoje a sofisticação na gastronomia e o desenvolvimento da agricultura mudaram completamente a forma como nos alimentamos.

Essas mudanças refletem não só a evolução da cozinha, mas também a forma como passamos a ver a gastronomia – antes uma uma necessidade vital e hoje em um patamar de arte, indo além dos sabores,  com acessórios, decoração  e etiqueta específica da chamada mesaposta.




Taças de Vinho: Evolução e História

As taças de vinho, como conhecemos hoje, passaram por séculos de evolução e refletem muito da história das civilizações que apreciavam essa bebida.

Na antiguidade, civilizações como os egípcios, gregos e romanos já usavam recipientes próprios para beber vinho. Na Grécia, por exemplo, eles usavam o “kylix”, uma taça mais rasa com alças laterais, muito usada em encontros sociais. Já os romanos, sempre preocupados com o status, adoravam usar taças feitas de vidro ou metal para mostrar sofisticação.

Durante a Idade Média, o design das taças era bem variado. As pessoas usavam desde cálices de metal até copos de madeira. Mas foi nesse período que os primeiros copos de vidro começaram a se popularizar, especialmente em Veneza, onde a arte de produzir vidro era uma tradição forte e respeitada.

Foi apenas séculos XV e XVI, em pleno Renascimento,  que as taças começaram a tomar uma forma mais parecida com a que conhecemos hoje. Veneza, com sua habilidade incrível na fabricação de vidro, ajudou a popularizar as taças entre as classes mais altas. Já no século XVII, a produção de vidro se espalhou por países como Inglaterra e França, e o design das taças foi ficando cada vez mais refinado, com a base, o corpo alongado e uma borda fina.

Nos séculos XVIII e XIX, elas continuaram a evoluir, ganhando novos formatos até mesmo diferenciando tipos de taças para cada tipo de vinho. Havia uma atenção maior aos detalhes dos sabores e aromas que cada formato de taça podia destacar.

No século XX, empresas como a Riedel, da Áustria, inovaram ao criar taças com formatos específicos para diferentes vinhos, criando a impressionante variedade de mais de 50 formatos, consolidando a ideia de que isso realmente influencia na degustação e paladar.

A taça de vinho que usamos hoje é o resultado de uma longa jornada histórica. Desde as versões mais simples da antiguidade até os sofisticados designs de cristal dos dias atuais, a taça de vinho vai além de simples recipiente – é um símbolo de cultura, bom gosto e apreciação da bebida.