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Fahrenheit 451, Ray Bradbury

Escrito por Ray Bradbury  em 1953, Fahrenheit 451 é uma da ficção distópica que continua atual. Situado em uma sociedade onde livros são proibidos e queimados, o livro aborda temas como censura, superficialidade e a busca pela felicidade – onde já  ouvimos falar sobre isso?…

No auge da Guerra Fria, Bradbury vê o medo e o controle em torno do comunismo, especialmente durante o macartismo (de 1950 a 1957, milhares de americanos foram acusados de serem comunistas ou simpatizantes e tornaram-se objetos de agressivas investigações abertas pelo governo o indústrias privadas. A censura e a repressão de ideias eram comuns). A história da obra reflete essa preocupação, mostrando uma sociedade onde o conhecimento é suprimido para manter uma falsa “paz social”.

No livro, as pessoas vivem alienadas, imersas em distrações tecnológicas e entretenimento superficial, sem espaço para reflexão – para mim, “temidas telas infinitas”. O protagonista, Guy Montag, um bombeiro que queima livros – não deveria apagar? -, questiona a utilidade de sua função e descobre que o conhecimento é essencial para uma vida plena e significativa. Bradbury nos leva a pensar sobre o valor do pensamento crítico e o perigo de uma sociedade que rejeita o conhecimento em favor do entretenimento vazio.

Um dos temas centrais de Fahrenheit 451 é a busca incessante por felicidade. Na história, as pessoas acreditam que estão felizes porque estão sempre ocupadas com distrações, mas na verdade, estão vazias. Montag percebe que a felicidade verdadeira só pode ser encontrada por meio da reflexão e do autoconhecimento – algo que muitas vezes sacrificamos no mundo moderno, cheio de notificações e entretenimento instantâneo. Ou até mesmo do ócio, aquele tempo sozinho, sem fazer nada, absolutamente nada.

Hoje, embora não queimemos livros, enfrentamos uma forma diferente de censura. A autocensura e o consumo superficial de conteúdo, sejam por meio de redes sociais ou entretenimento rápido, nos afastam de discussões profundas. A busca por satisfação imediata muitas vezes nos impede de refletir sobre o que realmente nos faz felizes, assim como na sociedade distópica do livro.

No final, Bradbury nos alerta sobre os perigos de uma vida superficial. O conhecimento e a reflexão são fundamentais para nossa liberdade e felicidade verdadeira. Em tempos de hiper conectividade e distrações constantes, Fahrenheit 451 nos lembra de que precisamos parar, pensar e valorizar o que realmente importa: o pensamento crítico e o conhecimento profundo.




O que reaprendi com Harry Potter

Harry Potter foi, e ainda é, um fenômeno mundial –  não há o que negar. Mudou uma geração (me incluo aqui, sou uma louca apaixonada potterhead). Tinha 12 anos quando li pela primeira vez, encantada com a história e o universo mágico e, de tempos em tempos voltava a ler. A cada lançamento de edição eu comprava só pra ter aquela edição específica.  Finalmente, passei mais de 10 anos sem reler a saga…Até que o fiz.

Hoje aos quase 40 anos, o olhar está muito mais maduro e muitas sutilezas que nos passavam despercebidos  não passam mais!

E olha a surpresa que tive.

  1. Amor: a lição mais básica de todas. Quem consegue viver ser amor? Independente do relacionamento.

  • Amizade: você tem verdadeiros amigos? Aqueles a quem pode confiar a sua vida? Ou não abandonar aquelas pessoas que são importantes demais para serem deixadas de lado no meio do caminho.

  • A vida é dura: essa é a realidade. Podemos precisar de um café, cinco minutos para chorar e vamos sim, seguir em frente – sempre. Somos fortes o suficiente para isso. Só precisamos descobrir isso, e quando acontece, é fantástico, uma virada de chave.

  • Enfrentar nossos medos: temos que arriscar e ser corajosos. Encarando o medo de frente, percebemos que ele não era tão assustador assim. É “tá com medo, vai com medo mesmo!”

  • Lutar pelo que se acredita: mesmo que seus amigos/família não apoiem você. É difícil (e quem disse o contrário?), mas defenda suas crenças, ideias e ideais.

  • Nunca deixar de aprender: conhecimento nunca é demais e nunca é tarde para aprender o que for.

  • Respeitar as diferenças: JK nos ensinou que empatia com todos é o básico para a convivência. É respeitar as diferenças, pois só com a união de todos conseguimos evoluir.

  • Tentar melhorar sempre:  o que eu acho certo hoje, amanhã posso não achar mais e está tudo bem mudar de opinião. Só estamos tentando melhorar e crescer.

  • Ação e reação: se você for fazer parte na vida de alguém, faça isso de maneira produtiva. Qual marca vou deixar no coração dessa pessoa, o que ela vai lembrar de mim?

  1. Trabalho em equipe: levar em consideração a opinião de todos, e a trabalhar em conjunto.

  1. Não julgue: muitas vezes estamos enganados. Aprendi que existem 3 lados da história: lado A, lado B e o lado da verdade. E se eu não estava lá para ver, não posso dar minha opinião.

Lembrando que discordo dos posicionamentos pessoais de J.K Rowling, mas a saga criada por ela tem luz própria e pra mim, não deve sofrer interferência das ações da autora na vida real.

Essas são só algumas reflexões sobre Harry Potter a obra mas, existem muito mais. Se vocês quiserem, venho com mais depois.




E se Bob Dylan não aceitar o Nobel?

 bob-dylan-2016

Pode ser que o senhor Dylan, aos 73 anos, já mais parecido com seus pais e avós, tenha ficado chocado. E, E que tenha se dado conta que, como persona – símbolo da contra cultura, nem sob efeito de alucinógenos imaginaria ser eleito por um comitê tão careta e enquadrado no sistema como é o Nobel.

Ou talvez sua porção bem comportada, aquela que veste smoking e vai até a Casa Branca receber de Barak Obama o presidente dos EUA uma honraria, tenha ficado bem orgulhosa, imaginando quanto seus pais e avós teriam aplaudido.

U.S. President Barack Obama awards a 2012 Presidential Medal of Freedom to musician Bob Dylan during a ceremony in the East Room of the White House in Washington, May 29, 2012.  REUTERS/Kevin Lamarque (UNITED STATES  - Tags: POLITICS SOCIETY PROFILE ENTERTAINMENT)

U.S. President Barack Obama awards a 2012 Presidential Medal of Freedom to musician Bob Dylan during a ceremony in the East Room of the White House in Washington, May 29, 2012. REUTERS/Kevin Lamarque (UNITED STATES – Tags: POLITICS SOCIETY PROFILE ENTERTAINMENT)

Paralisado – enquanto o mundo aguarda um novo capítulo na polêmica indicação, ele não fala nada. Nem sabemos se vai a premiação. Falta de educação? Perplexidade? Pouco caso? Marketing?

Certamente um pouco de cada. Bob Dylan é um astro Pop. Mas seu silêncio agora passou do limite do que seria esperado por alguém tão querido/admirado/conhecido/influente/talentoso.

Afinal, se gente do calibre de Nelson Mandela, Albert Einstein, Alex Fleming, Martin Luther King e o escritor russo Solzhenitsyn – sentiram-se honrados e, se não puderam estar lá para receber o Nobel, de alguma maneira se manifestaram – já é hora de ele mostrar a que veio.

bob-dylan-young

Concordo que fazer parte dessa turma pode não ser fácil. Mas, vamos combinar, também não é tão ruim certo querido Bob?

Será que está até agora se debatendo com Dylan – o jovem músico pop. O que será que o autor de Blowin in the Wind aconselharia ao senhor Dylan nesse momento?

Jamais saberemos – porque esse é apenas uma lembrança registrada para sempre em vinil e outras ondas – além de no coração de seus zilhares de fãs – onde deixou para sempre um suspiro de alento que habita nossas almas e se faz ouvir sempre que duvidamos de algo melhor.