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A leitura como prática de pausa e reconexão com o essencial

Em tempos de urgência constante, em que tudo parece exigir resposta imediata, a leitura surge como um refúgio silencioso — um gesto quase de resistência. Ler é mais do que decifrar palavras: é desacelerar, permitir-se um tempo de pausa e abrir espaço para o pensamento. Em um mundo que valoriza a produtividade e a velocidade, redescobrir o prazer de um livro nas mãos é um convite à reconexão com o essencial.

A etiqueta contemporânea, também inclui a forma como lidamos com o tempo, a atenção e o cuidado com nós mesmos. Fazer da leitura um hábito é, de certo modo, praticar elegância emocional. É aprender a estar presente — longe das notificações, das telas e das distrações. Cada página virada é um exercício de foco e sensibilidade, um gesto de respeito consigo e com o que se escolhe absorver.

Livros não interrompem, não pedem curtidas nem respostas instantâneas. Eles convidam. E quem aceita esse convite descobre o poder de refletir antes de reagir, de compreender antes de julgar. A leitura nos ensina empatia, amplia repertórios e refina a forma como nos comunicamos — habilidades essenciais para a convivência e o bom comportamento social.

Resgatar o hábito da leitura, portanto, é mais do que cultivar cultura; é exercitar presença. É criar um ritual de pausa em meio ao ruído, um espaço para ouvir a própria mente e nutrir o espírito com histórias, ideias e perspectivas que nos tornam melhores.

Em um tempo em que tudo passa rápido demais, ler é um ato de gentileza com a própria alma. É escolher qualidade em vez de quantidade, profundidade em vez de pressa. Retomar o contato com os livros é reconectar-se com o essencial: o tempo, o silêncio e a humanidade que habita em cada palavra.




A magia dos livros – e a Vida na entrelinhas

Vale a pena. Quem consegue mergulhar na leitura com a profundidade e foco que qualquer obra merece, entende que a leitura é necessária e, literalmente um alimento a alma sem falar no quesito informação, educação e cultura.

Muitos clássicos da literatura mundial vão além de entreter e nos fazem refletir profundamente sobre a vida, abordando temas como amor, propósito, ética e resiliência. Independente da época em que foram escritos, esses ensinamentos podem ser aplicados hoje no nosso dia a dia, oferecendo sabedoria para lidarmos com as situações que surgem no trabalho, nas relações e nos nossos desafios pessoais.

Aqui oito livros que trazem lições poderosas e como podemos usá-las na prática:

Os Irmãos Karamázov, Fiódor Dostoiévski – essa obra mergulha em dilemas existenciais e questões morais, como: o bem e o mal, a fé e o perdão. É um verdadeiro manual para entendermos nossas próprias crises e conflitos internos. Na prática, a história nos ensina sobre responsabilidade pessoal e as consequências das nossas escolhas. É aquele empurrão para refletirmos sobre como nossas ações afetam os outros e a importância de encarar nossas questões internas.

Meditações, Marco Aurélio – o imperador-filósofo romano nos ensina a manter a calma e a disciplina, mesmo em tempos de caos. O estoicismo presente nesse livro é um guia para lidar com adversidades. A ideia aqui é focar no que podemos controlar e não gastar energia com o que está fora do nosso alcance. Uma lição valiosa para mantermos o equilíbrio emocional, principalmente em momentos estressantes.

Siddhartha, Hermann Hesse – busca por iluminação e autoconhecimento nos traz reflexões sobre espiritualidade e equilíbrio entre o material e o imaterial. Esse livro nos inspira a buscar paz interior e entender que os altos e baixos são parte da vida. O aprendizado verdadeiro vem da experiência e da aceitação.

O Senhor dos Anéis, J.R.R. Tolkien – mais que uma saga (quase uma bíblia) épica, Tolkien fala sobre amizade, sacrifício e a luta entre o bem e o mal. A força da lealdade e a resistência às tentações são centrais na história. O que podemos trazer para a realidade é que pequenas ações podem gerar grandes impactos. A obra nos lembra da importância das amizades verdadeiras e da coragem para enfrentar desafios.

Crime e Castigo, Fiódor Dostoiévski – outro clássico que explora as consequências psicológicas e morais de nossas ações. A luta interna do personagem principal é um estudo sobre arrependimento e redenção. A mensagem é clara: arrependimento e responsabilidade pelos nossos atos são essenciais. Viver com culpa é pesado, e buscar redenção é o caminho para encontrar a paz.

Orgulho e Preconceito, Jane Austen – os perigos dos julgamentos apressados e a importância do respeito e igualdade nas relações. Empatia e humildade são lições essenciais aqui. Não devemos nos guiar por estereótipos ou aparências, e sim valorizar as pessoas pelo que realmente são.

A Revolta de Atlas, Ayn Rand –  sobre o poder da independência, empreendedorismo e responsabilidade pessoal. Rand defende que o progresso da sociedade depende de indivíduos que buscam excelência. A lição é sobre agir com integridade e buscar sempre o nosso melhor. Não se acomodar e ir atrás do nosso máximo potencial.

A República, Platão – reflete sobre a natureza da justiça e o papel dos cidadãos na construção de uma sociedade ideal. Nos incentiva a pensar sobre nossa responsabilidade social.

Calma, você não precisa ler todos – embora, todos sejam obras consistentes e construtivas. São mais do que histórias, eles nos ajudam a refletir, a lidar com os desafios e a fazer escolhas mais conscientes. Cada um deles traz uma visão sobre a humanidade e como podemos nos desenvolver pessoalmente…

Essa é a mágica da literatura – ela transforma enquanto entretém e diverte. Insisto que vale você escolher pelo menos 1 e ler até o fim. E se não gostar, insista com outro, certamente em algum momento você vai perceber que a leitura transformou alguma coisa em você ou sua vida. nem que seja apenas aquele momento de paz no qual você se entregou a ela!




Como Enfrentar o Ódio, de Felipe Neto

Nas redes sociais, nas resenhas ou até nas notícias, a intolerância virou rotina. Nesse cenário turbulento Felipe Neto, um dos maiores influenciadores do Brasil, decidiu lançar o livro “Como Enfrentar o Ódio”.

Não é só um livro para desabafar sobre os haters que ele colecionou ao longo dos anos: Felipe vai além e nos convida a pensar sobre a raiz desse ódio crescente e, claro, como podemos fazer para não ser engolido por ele.

Quando lançou o livro, Felipe Neto já estava no topo da influência digital no Brasil, falando abertamente sobre política, comportamento e o que mais estivesse pegando fogo no momento. Ele não apenas compartilha as porradas que levou (e ainda leva) nas redes sociais, mas estende o debate para uma discussão bem mais ampla: como o ódio online está afetando todos nós?

O livro vem em um momento de alta tensão política no Brasil. O país estava dividido entre extremos (especialmente durante o governo Bolsonaro) quando as diferenças políticas pareciam aumentar o uso de discursos inflamados. 

Felipe, que nunca fugiu de polêmicas, aproveitou essa brecha para provocar uma reflexão importante: como estamos lidando com tudo isso?

O mais interessante é que, no livro, apesar de abordar política, Felipe não está defendendo um partido ou bandeira específica.  Ele quer falar de algo maior: como o ambiente político, principalmente quando polarizado, incentiva a intolerância. 

E acerta ao dizer que esse ódio está longe de ser só brasileiro. Nos Estados Unidos, com Trump, vimos a mesma coisa — pessoas se atacando, principalmente nas redes sociais. Toca também num ponto relevante: o papel das plataformas digitais. Ele critica como Facebook, Twitter (nunca vou chamar de X) e Instagram nem sempre conseguem (ou querem) controlar a disseminação de ódio.

As redes, que deveriam ser ambientes de debate saudável, acabam virando campos de batalha.

O livro não é só baseado em sua vivência. Ele traz várias referências de peso, como a psicóloga Sherry Turkle, que fala sobre a desconexão emocional causada pela tecnologia, e Jonathan Haidt, que estuda como as redes sociais influenciam nossa saúde mental e comportamento.  Esses estudos ajudam a entender como o ódio cresce e se espalha nesse ambiente digital.

Um ponto forte do livro é quando Felipe fala sobre a desumanização. Ou seja, como nos esquecemos que, do outro lado da tela, tem uma pessoa real, com sentimentos e vida própria. Essa desconexão facilita que a gente xingue, ataque e espalhe ódio sem pensar nas consequências. Para ele, esse é o núcleo do problema: a falta de empatia.

Trazendo isso para o cenário atual : Ano passado tivemos eleições para prefeito, e agora, toda vez que a política entra em cena, o debate se transforma numa verdadeira guerra.  Candidatos e eleitores se dividem em extremos, e o discurso de ódio, infelizmente, é uma das ferramentas mais usadas para desqualificar o adversário. Os debates foram uma verdadeira palhaçada e alguns viraram caso de polícia. Olha onde chegamos!

O livro, nos dá um alerta importante: não podemos cair nesse jogo. Ele reforça que a chave para enfrentar o ódio é encontrar um equilíbrio entre empatia e ação. Não dá para simplesmente ignorar ou fugir desse problema. Temos que ser parte da mudança, promovendo discussões mais conscientes e responsáveis, seja nas redes ou nas conversas do dia a dia.

O recado final é claro: se queremos um ambiente mais saudável, seja na internet ou na vida real, o combate ao ódio começa com cada um de nós. E, como Felipe conclui, essa mudança é urgente!




Como criar um canto de leitura – e viver melhor

Pode acreditar: cultivar o hábito da leitura (hoje pouco valorizada) tem mais vantagens imediatas do que você imagina. Duvida? Veja algumas:

É ótima companhia – e você pode escolher a vontade. Não cobra respostas, sem DR, e sem grandes riscos. Com  livros físicos ou virtuais, revistas ou jornais ela é essencial, entre outras coisas porque proporciona uma pausa necessária e silenciosa em um mundo extra acessado…

Informação – conhece a frase “informação é poder”? É exatamente assim: a leitura proporciona informação, formação e conhecimento que, nunca mais poderão ser tomados de você. E não ocupam lugar, além do fato que, em algum momento da vida serão muito úteis. É esperar e ver.

Repertório – você não precisa ser um gênio, mas o fato de ter contato com vários assuntos através de livros, faz de você uma pessoa mais interessante e versada. Ao ler – qualquer que seja o tema – viajamos para outra dimensão, aprendemos e vamos nos transformando sem perceber em pessoas mais seguras, pois adquirimos uma série de ferramentas para utilizar no dia a dia. As chamadas (e valorizadas) soft skills…

O Desafio – para desfrutar melhor esse luxo é preciso um canto voltado apenas para a leitura. A parte prática é mais fácil: uma poltrona ou sofá confortável, uma almofada macia (ou qualquer outro apoio para as costas) e uma boa iluminação, claro. Uma estante de livros  é essencial: significa que seus livros favoritos  estarão sempre mão para um momento de leitura. 

A parte mais difícil é desacessar e colocar o smartphone no vibra ou mesmo desligar… Os leitores fanáticos fazem isso  facilmente. Mas os iniciantes podem ter dificuldade. Beleza: coloque no vibra e deixe afastado do corpo.

Ainda, lembre que esse é um lugar onde você pode sentar e respirar de modo que pense em coisas que fazem você se sentir feliz e tranquilo e traga esses elementos para perto sem medo de ser feliz.

Dica – onde quer que você escolha, certifique-se de  que não seja um local onde possam te interromper. É preciso deixar claro a necessidade de sossego. Se está achando difícil, saiba que depois do primeiro livro devorado porque você acertou o assunto e o autor (e são tantos!!), você vai  entender a expressão “os livros alimentam a alma” e vai até se esquecer de comer de verdade. Pode conferir – e me conta.




Como criar um canto de leitura

Mas para desfrutar melhor esse luxo é preciso um cantinho. E um canto voltado apenas para leitura pode conseguir isso. E é fácil: uma cadeira macia, almofada macia já são um convite para abrir um bom livro, revista, jornal, tablet… E esse é um cantinho de leitura é um lugar onde você pode sentar e respirar. Deve ser um canto, ou se você preferir (o que é o meu caso, mas não tenho espaço), uma sala inteira da sua casa dedicada a isso….

O truque é pensar nas coisas que fazem você se sentir feliz e tranquilo e trazer esses elementos para o seu canto de leitura.

Se você lê na companhia de alguém importante, amigo ou animal de estimação, opte por um sofá em vez de uma simples cadeira. Ou, o que  também é uma delicia, coloque um almofadas no chão.

Na parede, coloque quadros com citações de livros, fotos, desenhos… tudo o que te represente.

Uma estante de livros no seu canto de leitura é essencial. Significa que seus livros favoritos estão por perto e assim, estarão sempre mão para um momento de leitura. 

Onde quer que você para definir como seu canto de leitura, existem maneiras quase ilimitadas de aconchegá-lo, representar a decoração da sua casa e mostrar sua personalidade.  É só começar a sonhar e passar para a ação.

Girl Reading Book Road Trip Concept