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Oirans: tradição, espetáculo e inspiração

No entanto, as Oirans, cortesãs de luxo do período Edo, também seguem vivas no imaginário e nas ruas — não mais como figuras sociais, mas como parte da herança cultural e artística japonesa.

Atualmente, as Oirans aparecem principalmente em festivais e desfiles culturais. O mais famoso é o Oiran Dōchū, realizado em cidades como Kanazawa e Tóquio. Nesse evento, artistas vestem os quimonos luxuosos, recriam os penteados elaborados e refazem a caminhada cerimonial das antigas cortesãs, com seus passos lentos em tamancos altos, transformando a rua em um espetáculo visual. Para turistas e japoneses, é como assistir a um pedaço da história ganhar vida diante dos olhos.

Além dos festivais, as Oirans também influenciam a moda e a cultura pop. Seus trajes bordados e penteados complexos inspiram estilistas contemporâneos, editoriais de moda e até personagens de animes e filmes. Não é raro que fotógrafos e artistas façam ensaios temáticos com modelos caracterizadas, recriando a aura de mistério, luxo e teatralidade que sempre cercou essas mulheres.

No turismo cultural, muitas casas tradicionais oferecem a experiência de se vestir como uma Oiran, com direito a quimono pesado, maquiagem marcante e sessão fotográfica. Para muitos visitantes, esse ritual vai além da estética: é um mergulho na tradição, uma forma de tocar a história com as próprias mãos e sentir, ainda que por instantes, a imponência dessas figuras.

Mesmo no Japão moderno e tecnológico, a presença das Oirans é um lembrete de que a cultura se reinventa sem perder suas raízes. Hoje, elas não são mais cortesãs da elite, mas símbolos de arte, beleza e identidade.

As Oirans permanecem vivas não no ofício que um dia desempenharam, mas no imaginário coletivo e na celebração cultural. Seja em festivais, na moda ou no turismo, elas continuam a fascinar por sua estética exuberante e pelo papel que desempenham como guardiãs de uma tradição que o tempo não conseguiu apagar. No presente, as Oirans não são apenas memória: são espetáculo, inspiração e prova de que certas histórias atravessam séculos sem perder o brilho.




Como comer comidas orientais da maneira correta

Seja japonesa ou chinesa, cada cultura tem suas próprias regras e utensílios adequados para apreciar os pratos. Saber consumir esses alimentos corretamente garante uma experiência mais autêntica e prazerosa – e elas tem algumas diferenças entre si, veja só.

Comida Japonesa

Sushi – pode ser comido com hashis e até mesmo com as mãos, especialmente em ambientes mais informais. O ideal é mergulhar levemente a parte do peixe no shoyu, evitando encharcar o arroz.

Sashimi – por se tratar de fatias de peixe cru, deve ser sempre consumido com hashis.

Sopas e CaldosO missoshiru (sopa de missô) e outros caldos podem ser bebidos diretamente da tigela, enquanto os sólidos, como tofu e algas, devem ser consumidos com hashis ou colher.

Pratos Quentes – yakissoba e tempurá devem ser comidos com hashis, mas em alguns lugares ocidentais é permitido o uso de garfo. O ideal é sempre tentar se adaptar à cultura tradicional.

Comida Chinesa

Na culinária chinesa, os hashis são os principais utensílios e usados para praticamente todos os pratos. Nunca se deve espetá-los no arroz, pois isso remete a rituais fúnebres na cultura chinesa.

Arroz – costuma ser mais grudado para facilitar o uso dos hashis.

Pratos fritos e massas – podem ser levados à boca segurando a tigela e empurrando a comida com os hashis.

Dim Sum – tradicionais bolinhos chineses podem ser pegos com hashis ou, em alguns casos, diretamente com as mãos, especialmente se estiverem envoltos em papel de arroz.

Dicas Gerais

  • Hashis: treine seu uso para tornar a experiência mais autêntica. Se tiver dificuldades, peça hashis adaptados ou, em último caso, um garfo;
  • Molhos: use shoyu, tarê ou outros condimentos com moderação para não mascarar o sabor original dos pratos;
  • Etiqueta: evite gestos inadequados, como apontar os hashis para alguém ou encher demais o prato de molho de soja;
  • Comer com as mãos: em muitas culturas orientais, utilizar as mãos não é sinal de falta de educação, mas sim, de tradição.

A culinária oriental oferece uma experiência sensorial única e cheia de significados culturais. Saber como degustá-la da maneira correta torna a refeição mais prazerosa e respeitosa, garantindo uma imersão verdadeira em cada tradição.




Tome-Ishi: quando o proibido fica lindo

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Essa linda pedra amarrada é a forma ultra sutil de os japoneses dizerem “não passe”; utilizada para indicar a direção a seguir em bifurcações de jardins – principalmente quando acontece uma cerimônia de chá ou evento privado para não incomodar convidados.
É chamada de TOME-ISHI (tome= parar, ishi=pedra).
Essa é a explicação da professora de etiqueta japonesa Lumi Toyoda que muito me ensinou por ocasião da vinda do Príncipe Herdeiro Naruhito do Japão, quando o recebemos em um jantar para expoentes da nossa valorosa colonia japonesa no Brasil.
Quando se trata de delicadeza e sobriedade japoneses são imbatíveis!



O Imperador Akihito do Japão – renúncia anunciada

Japan's Emperor Akihito waves to well-wishers who gathered at the Imperial Palace to mark his 82nd birthday in Tokyo, Japan, December 23, 2015. REUTERS/Thomas Peter/File photo TPX IMAGES OF THE DAY

Japan’s Emperor Akihito  Tokyo, Japan. REUTERS/Thomas Peter/File photo

Assim relatam as fontes da Casa Imperial japonesa à emissora NHK.

Não será uma abdicação imediata, e sim “nos próximos anos”, e o soberano já comunicou a ideia à sua mulher, a imperatriz Michiko, e ao próprio Naruhito.

A decisão segue uma tendência das monarquias na Europa: o Rei Juan Carlos da Espanha renunciou em favor do filho, Felipe VI, assim como o Rei Alberto II da Bélgica que cedeu o trono ao filho Philippe.

Se confirmada, a abdicação será uma medida incomum no Trono do Crisântemo. O último soberano nipônico a abrir mão do cargo foi Kokaku, em 1817. É algo tão raro que nem poderia entrar em vigor imediatamente, já que não é uma hipótese prevista na Lei da Casa Imperial, de modo que seria necessário que a Dieta (Parlamento) aprovasse uma reforma.

“De certa forma, a decisão tem um caráter liberal, já que mostra o imperador de uma forma mais humana. Pode estar em desacordo com a opinião dos partidários mais conservadores do primeiro-ministro Shinzo Abe, que defendem o retorno a um culto mais tradicional do imperador”, afirma, de Tóquio, Celine Pajon, do Instituto Francês de Relações Internacionais.

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O atual soberano nasceu em 1933, filho do imperador Hirohito (chamado, após sua morte, de imperador Showa, pelo nome da sua era) e da imperatriz Nagako. Como príncipe herdeiro – apesar de não ter esse título à época –, viveu quando criança o apogeu do expansionismo japonês e posteriormente a derrota do seu país na Segunda Guerra Mundial. As duas bombas atômicas atiradas pelos EUA sobre Hiroshima e Nagasaki, em agosto de 1945, levaram Hirohito – em cujo nome centenas de milhares de soldados haviam se sacrificado – a anunciar a rendição pelo rádio. Foram fatos que marcariam para sempre Akihito e seu reinado.

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Cientista por vocação – publicou estudos sobre ictiologia e história da ciência em revistas especializada –, foi formalmente nomeado herdeiro em 1952. Em 1957, jogando tênis, conheceu Michiko Shoda, filha de um próspero empresário, com quem se casou em 1959, tornando-se a primeira plebeia a integrar a família imperial japonesa.

Como soberano, sempre foi uma voz conciliadora fora do seu país. Especialmente entre os demais países asiáticos, buscou fechar as feridas deixadas pelo militarismo japonês antes e durante a Segunda Guerra Mundial.

Em 1990, desculpou-se pela colonização da Coreia entre 1910 e 1945. Dois anos mais tarde, visitou a China – primeiro imperador japonês a fazê-lo – e reconheceu o “grande sofrimento” que a ocupação nipônica havia causado.

Seu sucessor, Naruhito, inaugurará uma nova era no Japão, de nome ainda por determinar. Naruhito e sua esposa, a princesa Masako, têm uma filha, Aiko. Mas, dadas as atuais normas de sucessão japonesas, que impedem as mulheres de reinarem, o herdeiro do próximo imperador seria seu sobrinho Hisahito.

Principe Naruhito_Aeroporto de Congonhas

Na foto acima, a despedida de  Mário Ameni, cerimonialista a sua Alteza o Príncipe Herdeiro Naruhito do Japão. Ao lado, em um momento de descontração,  esta que voz escreve, observa a cena na manhã seguinte ao jantar oferecido pelo Governo do Estado de São Paulo.