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10 TOP DICAS para acertar a pronuncia dos pratos

pote de porcelana com coalhada, que está sobre uma mesa. Uma colher de pau está dentro do pote.

É isso aí, nada pedir hambúrguer para se sentir mais seguro… Alguns pratos são mais populares e já estão incorporados na nossa cultura. Ainda, assim, dependendo da região de nosso imenso Brasil, nem sempre é conhecida pelo mesmo nome…

Então aí vai: escolhemos alguns dos mais frequentes para que você se aventure em novos sabores e aromas!

vagens de edamame (verdes) , que estão num pote de cerâmica branca.

Edamame (e – da – ma – me) – grãos de soja japoneses dentro da vagem. Servidos Como aperitivo com sal grosso, devem ser comidos com a mão e as vagens são “chupadas” para comer o grão e depois depositar a casca em outro recipiente.

fatia de pão torrada, com cobertura de tomate picado, com folhas de mangerição, com azeite de oliva e temperos.

Bruschetta (brus – que – ta) – pão italiano torrado, com azeite de oliva, alho, orégano, tomate e em alguns, casos queijo. Pode ser comida como aperitivo, mas existem versões maiores com a fatia inteira torrada que são servidas como prato.

tigela de porcelana contento uma porção de gazpatcho com uma cobertura de temperos

Gazpatcho – (gas-pa- xo) – sopa de tomates e pimentão servida fria acompanhada de torradinhas e cebola picada. Ideal em dias mais quentes.

prato sobre uma mesa, contendo fajitas, carne fatiadas com pimentões, e temperos.

Foie Grás (Fu – á – grá) – fígado de pato ou ganso que foi super-alimentado, uma das maiores iguarias da culinária francesa. Normalmente servido em pasta ou patê com torradas e um espumante antes das refeições.

Também pode ser servido acompanhando pratos mais requintados como: filé mignon ao foie gras ou mesmo, saladas com foie gras.

cesta de pães, com muitos croissants ( pães com massa enrolada), pão tipico francês.

Croissant (cro – as – sã) – pão de massa folhada em forma de meia lua ou pãozinho individual. Muito leve, a base de manteiga é servido em café da manhã e chás da tarde. Ou como couvert de restaurantes sofisticados.

blog-nhoque

Gnocchi (nhó – que) – massa de batata e farinha de trigo, na maioria das vezes acompanhada com molho bolonhesa (de carne e tomate), mas também pode ser pedido aos quatro queijos ou na manteiga.

prato sobre uma mesa, contendo fajitas, carne fatiadas com pimentões, e temperos.

Fajitas (far – ri – tas) – original da culinária mexicana, espécie de panqueca crocante de farinha recheada de carne, frango ou camarão, também acompanha alguns vegetais e temperos típicos.

gamela grande, contendo paella que é um prato típico espanhol, que contem arroz e varios frutos do mar, camarões, mariscos e ervilhas, temperos e tomates.

Paella (pa – e – ja) – misto de arroz e frutos do mar. Prato de origem ibérica, uma espécie de grande risoto com frutos do mar e, em alguns casos, com frango também.

tigela de porcelana contendo ratatouille, prato típico francês, que contem muitos legumes, cortados em rodelas do mesmo tamanho. Sobre eles temperos, mangerição e oregano

Ratatouille (ra – ta – tu – i) – seleção de legumes picados com polpa de tomate – pode ser servida como uma entrada ou acompanhando carnes e aves.

imagem de um copo com um pouco de cognac e ao lado uma garrafa com rolha, com um pouco de cognac.

Cognac (co – nha – que) – bebida produzida através do processo de destilação de vinhos e frutas. Em geral é tomado em copos baixos e de bojo largo – e mais indicada para dias muito frios devido ao seu alto teor alcoólico.




A Origem do que comemos

Cozinhar e falar de comidas e iguarias ficou chique. Nada contra – até porque sou uma pessoa que ama comer e cozinhar. Mas, se gostamos mesmo do assunto, é possível dar um show em uma roda mostrando que conhecemos os alimentos em sua origem – e não apenas porque viraram “moda.”

Compartilho aqui a origem de alguns alimentos super populares, que achei superinteressante e acredito, possa te surpreender:

Croissants – praticamente um símbolo da França, foram criados na Áustria e trazidos por Maria Antonieta quando se casou com o Rei Luis XVI – a mesma que ficou famosa por uma frase que jamais proferiu: “o povo não tem pão? Que comam brioches…”. Hoje sabemos que ela teria, no mínimo mencionado seus amados croissants…

Fish and Chips – do Reino Unido surgiu em 1400 em Portugal, quando judeus sefarditas lá se estabeleceram fugindo da perseguição religiosa.

As sextas-feiras, dia de shabat, eles compravam um prato pronto português, o “Peshkado frito”: peixe branco empanado em farinha de trigo. Por volta de 1800, as batatas tornaram-se populares e foram agregadas ao peixe das sextas-feiras

Em 1662 a infanta Catarina de Bragança, casou-se com o Rei da Inglaterra, Carlos II e levou, além do chá que os ingleses amaram, o prato que depois ficou conhecido como Fish and Chips

Sorvete ou Gelatto – hoje achamos que os melhores do mundo estão na Itália. Mas receita…. é originária da Mongólia.

Os soldados mongóis cavalgavam com leite de búfalo ou iaque em recipientes, entre suas provisões. O líquido congelava depois de batido durante longas cavalgadas em temperaturas baixíssimas.

À medida que império Mongol se expandiu, a iguaria acabou sendo levada para a Itália por Marco Polo e, lá chegando, os italianos se apoderaram da técnica e aperfeiçoaram bastante…

Macarrão ou Massa – o Mesmo Marco Polo, diz a lenda corroborada por várias crônicas, trouxe da China o macarrão. Mas a verdade é que viajantes mouros já haviam levado para a Ásia e China o macarrão – e preparavam a massa com ovo e sem o trigo.  

Os italianos amaram, acrescentaram trigo duro ao preparo e inventaram a “massa seca” muito mais durável do que a fresca usada no oriente.

“Pasta” acabou ganhando todos os formatos, tamanhos, texturas e sabores possíveis – a tal ponto que hoje, poucos se lembram da delicadeza do macarrão chinês que faz parte da dieta dessa povo desde o século 1 a.C!

Churros – achamos que é espanhol, afinal, vemos barraquinhas de churros na rua por toda a Espanha. Mas essa delicada massa tem origem …. na China onde a massa era ligeiramente salgada e sem recheio. Levada pelos portugueses para a Espanha, ganhou o acabamento açucarado e recheios deliciosos.

Pois é: o mundo já era globalizado há muitos séculos atrás e a comida sempre desempenhou esse papel agregador (além de comercial) entre os povos. Sem internet ou comunicação a jato, as coisas demoravam um pouco mais para ser conhecidas e aperfeiçoadas, mas nesses casos até que valeu a pena esperar, não acham?




Você sabe o que é Gastrodiplomacia?

Franceses e italianos são mestres nessa arte: bons chefs e receitas passadas de pai para filho por séculos, garantem a qualidade dos pratos, mas não só isso: eles convenceram o mundo inteiro – através de eficientes ações de marketing – que são inigualáveis.

Na França houve recentemente uma campanha com o renomado chef Alain Ducasse, para servir um menu com ingredientes e pratos franceses em nada menos de 150 países! Ora, ganham com isso não apenas muito dinheiro e prestígio, como turistas e mais fama –  em um circulo virtuoso onde todos se beneficiam.

No Brasil, apenas recentemente passamos a valorizar nossos produtos  e receitas, e com grande sucesso, uma vez que temos ingredientes requintados e preciosos como o jambu, com o raro  sabor umami  ou cupuaçu e outros peixes saborosíssimos.

Além do folclore – não se trata apenas de mostrar o que temos mais típico, mas também as possibilidades dos produtos com potencial de exportação.

Naturalmente, antes de qualquer encontro a mesa, o Cerimonial de ambos os países conversam para informar-se sobre eventuais alergias ou restrições alimentares. Além da cultura do convidado – que  também deve ser analisada.

Formato mix – quando recebi, o hoje, Imperador Naruhito do Japão em São  Paulo (em 2008) buscamos um cardápio com base internacional, mas com elementos exclusivamente nacionais: como o molho de jabuticaba acompanhando a carne – que fez muito sucesso então.

Mudanças e ajustes  – durante o governo Lula (2003-2010), o serviço à francesa, deu espaço ao bufê .

Ao ser eleita, Dilma Rousseff retomou o formato anterior e com razão pois,  conversas importantes e negociações delicadas não fluem bem com interrupções de convidados e anfitriões para servir-se no bufê…

Com legenda – os menus impressos fazem parte da estratégia: colocados sobre a mesa individualmente, trazem a data e o nome em homenagem a quem o encontro acontece. E, em geral são bilíngues:  além do português, são traduzidos para as línguas mais recorrentes na diplomacia (inglês, francês e espanhol). Mas, dependendo do visitante, pode-se acrescentar árabe, japonês ou chinês substituindo o inglês.

Bobó de Camarão

De forma que, nos menus do Itamaraty, quindim é “coconut surprise” (surpresa de coco) e bobó de camarão vira “Bahian shrimp” (camarão baiano). E por aí vai.

Prova dos 9 – um exemplo de como a gastrodiplomacia funciona de fato:  em 2004, quando o então presidente Lula recebeu o primeiro-ministro do Japão, Junichiro Koizumi, a produção nacional de mangas sofria barreiras para ingressar em território japonês. De sobremesa, foi servida uma mousse de manga. Ali, o recado foi de agradecimento: o Japão tinha liberado, após 27 anos, o ingresso da fruta em seu mercado. Deu match!




Livro Mesa Brasileira – Lançamento em Curitiba




O Brasil não conhece o Brasil

 

Foto: Lia Ameni

Essa turma costuma dizer que somos um País de “terceiro mundo”, que “nada funciona” por aqui e segue com uma ladainha que, costumo refutar, falando de nossa riqueza, (de solo, de beleza, de natureza, de flora e fauna) apenas para citar algumas, que transcende a de muitos países ditos de primeiro mundo…

Mas hoje quero enfatizar a riqueza gastronômica do Brasil. Acabo de lançar meu livro “Mesa Brasileira” – um guia para degustar e servir a nossa comida regional. Fiz uma pesquisa extensa com meu amigo e doutor em História da gastronomia, chef Carlos Ribeiro.

Nele, explico mais de 80 pratos e seus  ingredientes, e mostro receitas das 5 regiões do Brasil. A ideia, é apresentar aos brasileiros nossa riquíssima comida regional, pois poucos a conhecem a fundo.

Paulistas por exemplo, chegam a Bahia e não vão muito além do acarajé e da água de coco. Eu, hein? O mesmo se dá com gaúchos que chegam a Belém e não conseguem encarar uma maniçoba por não entenderem bem o que é.

Agora me contem: vocês acham que teríamos esse exército de Chefs franceses (Claude Troigros, Emmanuel Bassoleil, Eric Jacquin, Olivier Anquier, – só para falar dos mais conhecidos)  estabelecidos no Brasil há décadas empreendendo com sucesso, se aqui não encontrassem os melhores, mais variados e mais ricos ingredientes para seu ofício? Duvida? Veja aqui algumas das propriedades do que é usado na cozinha paraense – que detém sabores inusitados e muito requintados.

Jambu – além de realçar os demais sabores, é ótimo anti-inflamatório melhora a libido;

Cupuaçú – de sabor único, rico em antioxidantes e melhora o funcionamento intestinal;

Açaí – alimento riquíssimo, possui um antioxidante único (velutina),  e compostos bioativos que ajudam na saúde do coração;

Tucupi – chamado de “ouro da Amazônia”, além de saboroso é rico em vitamina A, ótimo para imunidade.

Isso só para falar de alguns. Para viajar pelo Brasil através dos nossos maravilhosos sabores, basta procurar em sua cidade um bom restaurante de comida regional (pois os brasileiros se deslocam dentro do País e a comida regional é “afetiva”, resgata memórias e mata a saudades).

Além disso o País é vasto e teve ondas de imigração que influíram em nossa gastronomia como a italiana, alemã, africana… Mas nada, nada mesmo supera alguns pratos com receitas indígenas, como a incrível “Damorida” que pode ser feita com cogumelos amazônicos, peixe e/ou carne…

Fazer esse livro foi um prazer: viajo e experimento nossos pratos típicos há décadas, mas entender a extensão de nossa riqueza foi o maior presente. Agora posso defender meu ponto de vista de boca cheia (como perdão do trocadilho) e sem medo!

Experimente você também: abra o coração e o paladar para nossa cozinha e surpreenda-se com as maravilhas para todos os gostos – literalmente!

Foto: Divulgação

 

 

Serviço:

Mesa Brasileira: 178 páginas

Editora: Senac

Autora: Claudia Matarazzo