Pais: Um universo em múltiplas versões
Há pais que dirigem até a escola todos os dias e pais que ligam no fim do domingo só para ouvir a nossa voz. Pais que aprenderam a ser pais com o tempo — ou que ainda estão tentando — e pais que nunca saíram do papel de filhos, mesmo depois da paternidade. Tem o pai que conserta tudo com ferramentas e o que conserta tudo com silêncio e presença. O que ensina pelo exemplo e o que ensina pelo erro. Todos eles, à sua maneira, deixam marcas.
Neste” “Dia dos Pais”, não cabe romantização excessiva. Crescer nos mostra que a figura paterna é mais complexa do que a publicidade tenta pintar. Nem todos tiveram um pai presente. Nem todo pai acerta sempre. Mas muitos tentam, dentro de suas possibilidades emocionais, culturais e geracionais. E esse esforço, ainda que imperfeito, é valioso.
Tem o pai que é parceiro, o que virou amigo, o que você encontra apenas nos almoços de família, o que mora longe, o que não sabe se expressar — mas aparece quando mais importa. Tem o pai que você admira, o que você aprendeu a perdoar, e até o que você precisou aprender a viver sem. Cada história é única. E ainda assim, todos esses homens têm algo em comum: o impacto profundo — para o bem ou para o aprendizado — que causam em nossas vidas.
Ser pai, afinal, não é um rótulo pronto. É uma construção. Feita de acertos e falhas, de presença e ausência, de escuta ou silêncio. De coragem de reconhecer que, às vezes, amar exige reaprender, desfazer e refazer laços.
Neste dia, que o carinho se manifeste de forma adulta: com telefonemas sinceros, com respeito à história de cada um, com gratidão quando for o caso — e com maturidade para reconhecer os diferentes tipos de amor paterno que existem. Nem sempre fáceis, mas quase sempre transformadores.

