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Etiqueta e o verdadeiro Luxo

É mais do que comportamento ou educação – embora seja um assunto derivado dos mesmos.

Para entender sua importância no cotidiano, talvez ajude um olhar mais atento aos 3 pilares nos quais ela se apoia: Bom senso, naturalidade e afetividade.

Bom senso – tudo o que se refere a etiqueta tem a ver com bom senso ou seja, é pensado para facilitar a vida, jamais para complicar. As regras se baseiam em “mão e contra mão”. Se estamos falando de rotas de um evento, são pensadas para facilitar o fluxo. Se for sobre o lado do botão de determinados modelos tem a ver com a anatomia, o prato para comer alcachofra tem uma concavidade no centro para encaixar melhor o alimento – e por aí vai.

Costumo afirmar que se determinada  regra  complica a vida geralmente  acaba caindo em desuso. Ou nunca foi regra de fato. Se aquela é uma situação desconhecida para você use o bom senso: faça o que você acha que deve fazer. Em geral funciona e é isso mesmo…

Naturalidade – justamente por ser uma ferramenta para facilitar a vida é que a etiqueta se baseia também em naturalidade. Não sabe? Pergunte. Sempre haverá alguém que terá prazer me ajudar. É infinitamente melhor do que fingir que sabe algo que não sabe. Seja natural. Vista-se de maneira natural. E aja naturalmente. Sempre  melhor do que forçar e pagar mico.

Afetividade – em um mundo cada vez mais orientado por dinheiro e individualismo, incorporar uma atitude atenta e afetiva só pode ajudar. Perca alguns segundos para lembrar o nome das pessoas, se tem ou não filhos, ouvir sobre eles etc. Isso é só um exemplo, mas existem infinitas maneiras se demonstrar afeto e acolhimento. A primeira etapa dessa afetividade plena é assegurar-se de que  os outros estejam fisicamente confortáveis. Por isso oferecemos um café ou água, convidamos as pessoas a sentar etc. A segunda etapa (que exige um certo tato e que ninguém se lembra)  é garantir as pessoas  conforto emocional.

Isso significa não constranger o outro ou criar situações difíceis, em suma: acolher da melhor maneira e  não abusar emocionalmente dos outros.

Não se trata de ter, e sim ser –  ter etiqueta independe de de se ter ou não dinheiro. A Etiqueta tem a ver com atitude e valores e não  com dinheiro e  marcas de luxo. E por falar em Luxo: hoje, o conceito de luxo evoluiu: se nos anos 30 tinha a ver com espaços maiores e serviços especiais, e nas últimas décadas o boom de grifes caríssimas inundou o mercado com produtos banais mas caríssimos, hoje, há um consenso de que o verdadeiro luxo está na experiência. No desfrute de uma certa exclusividade e no privilégio das peças únicas.

Tudo isso, de preferência  usando materiais reciclados ou com upcycling de outros. Há uma consciência de sustentabilidade que é  muito mais importante do que se exibir usando o logo de um produto industrializado, distribuído em massa por todo o planeta. Por mais caro que seja, isso é  bobagem ultrapassada. Pense nisso.




Presentes que (quase) sempre agradam

Temos as compras online, os vale presentes (de quase tudo), presentes de assinaturas de “experiências” como degustações e cursos rápidos, uma enorme lista de contatos comerciais no WhatsApp que podem nos mandar em casa o que quer que seja, e – o mais importante – o PIX, que é coisa nossa e facilita tudo isso a 3 cliques.

A notícia não tão boa – para presentear alguém com sucesso precisamos sim, investir um certo tempo e carinho para lembrar e/ou descobrir o que realmente agrada aquela pessoa. E, com a rapidez dos acessos das redes sociais temos perdido esse discernimento, pois esse tipo de percepção se adquire com a convivência ao vivo. E aqui vai a primeira dica de presente para pessoas muito especial como mães, companheiros, amigo queridos que vemos pouco… Presenteie com “tempo”, a comodity mais bem cotada ultimamente.

Um combo de programa a dois ou em família com direito a esticada: almoço em um restaurante gostoso seguido de cinema. Ou teatro seguido de jantar. Ou jantar na sua casa (só poucos) seguido de um bom filme (que você  saiba que a pessoa ama) terminando com uma lembrancinha fofa. Ou mesmo uma tarde em um spa cm direito a lanche e muita  conversa. Esse tipo se coisa, garanto, lava alma, reenergiza e nunca se esquece.

Presentes curingas – ok, você  quer dicas mais práticas e super entendo então  vamos a elas. Para pessoas  com quem não tem muita intimidade – mas que intui a preferência – presenteie com os clássicos: bebidas como vinhos ou cachaças premium, caixas de chás aromáticos chocolates, latas lindas de biscoitos deliciosos e duradouros, panetones especiais, uma cesta com tudo isso. Aí vai do bolso também. Flores como presente de Natal, apenas no caso de ser convidado e querer fazer um agrado a dona/o da casa. E ainda assim, mande em vaso e na véspera.

Sachês, sabonetes, cheiros de casa e colônias – uma grande pedida. A saboaria de luxo chegou ao Brasil e os preços desse itens são mais em conta, as embalagens lindas e vistosas e todo mundo ama um paparico perfumado. Até pouco tempo atrás era considerado inconveniente presentear com perfumes, pois as essências eram mais fortes e muito pessoais. Hoje, com a imensa variedade de colônias, mais leves e versáteis, criou-se o hábito de ter e usar mais de um aroma e as colônias, por serem mais leves, quase sempre  agradam.

Livros – embora poucas pessoais ainda cultivem esse hábito, os que leem, amam ganhar livros.

Finalmente, não importa o valor do presente. Não mesmo. O gesto e o fato de sermos lembrados em tempos de tanta pressa já vale por si. Mas a embalagem tem que ser caprichada. Não me refiro a toneladas de papel e sim, a um bonito laço ou um cartão carinhoso acompanhando. É, dá um certo trabalho. Mas essa é a essência de presentear. Sem falar que compensa ver o prazer no sorriso e olhar de quem descobre, ao abrir o pacote, que não apenas lembraram dele, mas que, aquela pessoa o entende e conseguiu realmente agradar com um gesto tão simples.




Eficiência combina com elegância?

 

Começando pelo básico: no ambiente profissional, vale mais do que nunca o mais simples: educação. E além de educado/a, vale lembrar da discrição em primeiríssimo lugar.

reunião profissional – Claudia matarazzo

Lembra palavras “mágicas” ensinadas em casa?… Bom dia/boa, tarde/boa e noite, com licença, por favor, obrigada, desculpe…

Parece óbvio mas, infelizmente, cada vez mais pessoas demonstram desconhecê-las ou ignoram-nas solenemente. Mas elas continuam poderosas e podem fazer muita diferença em seu relacionamento/desempenho. Mais ainda se acompanhadas de um sorriso e olhar interessado.

Evolua na escala emocional –  é fato: quem sabe ser respeitoso já é uma pessoa elegante. Respeitoso com o ambiente de trabalho, com os superiores/colegas e quem está abaixo na hierarquia da empresa também, com as regras e com os deveres. Todos – sem exceção, apreciam uma atenção a mais, delicadeza, sorrisos e apoio.  

Empatia – a palavra que está na moda, mas é eficientíssima: profissionais empáticos ganham mais alguns pontos na “arte da elegância”. Conseguir se colocar no lugar do outro, com sensibilidade, respeito e compreensão, é o máximo da “humanidade”.

E arrisco afirmar que te torna um colaborador elegante e altamente desejável. Então, vamos treinar?

Comunique-se bem – pois é: a receita segue com um ingrediente necessário: o domínio da comunicação – e se for de maneira elegante, não tem erro! Sabe como? 
Falando menos e ouvindo mais. Evitando palavrões e gírias pesadas e sem criar ou repetir fofocas. Em tempo: fofoca demonstra pobreza intelectual, moral e, claro falta de profissionalismo.

O Corpo Fala – cuidado: muitas vezes sem perceber, passamos através das caretas e posturas corporais mensagens indesejáveis. Que podem nos entregar e prejudicar. Se ligue e aprenda a dosar a expressão facial ou corporal.

O grande desafio – se você trabalha em equipe, essa é a chance de praticar a elegância e inteligência emocional. Administrando conflitos, ouvindo ideias, participando das decisões, auxiliando quem tem dificuldades… ufa! Pois tudo isso é elegância, vocês não acham?

No quesito visual no trabalho: se a empresa tem uniformes, eles devem ser usados. Sem personalizar demais, e sem adaptar. E, sim, limpo: uniforme é roupa. A sua roupa. O fato de estar alterado, sujo ou danificado diz muito sobre quem o usa.

Quando o dress code é livre, mesmo respeitando os estilos de cada um, lembre-se que menos sempre é mais: evite decotes ousados, roupas justas ou muito curtas, transparências, cores muito chamativas e finalmente, chinelos ou rasteirinhas, calças justíssimas, paletós muito justos… Nada disso combina com elegância profissional.

Finalmente, vale ressaltar que essas dicas servem tanto para gestores quanto colaboradores e clientes. Não tem como errar… ser elegante no trabalho é uma possibilidade real e desejada. E as empresas e o ambiente profissional como um todo melhoram muito!




O que é considerado competência?

Uma coisa é certa: competência não é a mesma coisa que ter algum talento ou habilidade para algo… Embora a habilidade seja um dos tripés que a sustentam. Mas só isso, não assegura a liderança de um profissional em sua área.

Fui atrás dessa definição com alguns especialistas e consegui uma descrição bem interessante que vale uma reflexão.

Na verdade a Competência está equilibrada em 3 qualidades essenciais que, juntas, agregam um potencial precioso a qualquer um: Habilidade, Atitude e Conhecimento!.

Segundo os especialistas de nada adianta ter habilidade se não temos o conhecimento de como usá-la de forma eficiente. E também é preciso através de atitudes precisas e corretas, valorizar essa habilidade e, junto com o conhecimento que se possui, potencializar o conjunto – de forma a atingir o sucesso em determinada área, produto ou mesmo atividade.

Não é simples, mas também é uma questão de equilíbrio e de tentar desenvolver, devagar e sempre o que nos falta para atingi-lo. Exercício de perseverança e humildade, sem dúvida, mas que, vale a pena no final do caminho.

Pois, uma vez conquistadas, dificilmente as competências nos abandonam. Pense nisso!homem de costas, de terno, andando numa bicicleta numa estrada, ela está com os braços aberto, e na mão direita segura uma mala de executivo. Ao fundo um céu azul claro num dia de sol.




Como pedir favor com sucesso

Se você é dessas pessoas que prefere morrer a pedir um favor a um amigo, talvez seja o caso de continuar a ler. Já, se você é daqueles que não pensa duas vezes e vive acessando conhecidos e familiares para uma “ajudinha…”, beleza. Masssss… talvez reduzir um pouco os pedidos e melhorar a abordagem melhore muito sua popularidade e sucesso no objetivo final.

Existem vários perfis dos que pedem favores: tem o que implora, o que fala brincando, o folgado, o que já infere que você vai atender, o super formal e o que não pede mesmo quase morrendo de necessidade – entre outros.

Não é pecado – sim. Pedir favor não é pecado: faz parte do relacionamento entre pessoas que se conhecem (mais ou menos, socialmente ou apenas no trabalho) e acredite: se for algo possível, e colocado da maneira certa, ninguém vai se incomodar tanto assim e ajudar pode ser muito gratificante.

Fico sem graça – só você? A maioria das pessoas não ama reconhecer que precisa de um favor – maior ou menor não importa. O que é uma grande bobagem – afinal, a vida é longa e, principalmente você sempre poderá retribuir o que te fizeram. E não, não precisa ser imediatamente. Você pode, no futuro, retribuir quando e como puder.

Abaixo algumas dicas para otimizar esse momento:

Seja educado e direto/a –  ajuda muito e se possível, já faça uma oferta irresistível “preciso ir ao supermercado, você se incomodaria de ficar com a bebê por 1 hora – posso aproveitar e fazer alguma compra que você precise lá”.

Sem aumentar a urgência – não faça parecer algo que vai pesar. Por exemplo, não adianta falar “sei que você está super ocupado/a, mas será que consegue um tempo em sua agenda para me ajudar  a entender esse projeto? É que é urgente”… Muito melhor:  “estou finalizando o projeto x e como você é um craque nisso, queria que você desse uma olhada antes de entregar para saber sua opinião”.

Se foi você quem fez favores – jamais discuta ou comente o que já fez para alguém. Nem para íntimos. É deselegante, para dizer o mínimo e faz parecer que você espera algo em troca.

Não abuse – é muito frequente com amigos de médicos ou de funcionários públicos. Uma coisa é fazer duas perguntas sobre sua saúde – outra, muito diferente é acessar a pessoa como seu médico particular sem jamais pagar uma consulta. Nunca peça de graça algo que a outra pessoa “vende” para sobreviver. Desconto de amigo é uma coisa, cara de pau é outra.

No caso dos funcionários públicos: sei por irritante experiência que as pessoas esperam que você resolva os mais variados problemas apenas por “estar no governo.” De convites para show a audiências, acham que você pode tudo. Aprendi a dizer não de cara – ou encaminhava pelos trâmites de praxe.  Se reclamavam respondia que não podia fazer nada. O que, aliás é verdade.

Ofereça uma saída – meio que assim:  “nem esquente a cabeça se não der, super entendo”

Aceite “Não” – e lembre que não é pessoal, muitas vezes a pessoa simplesmente não tem como te atender.