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Amizades na fase adulta – por que são mais difíceis???

Mesmo com a vontade de cultivar laços verdadeiros, muitos percebem o tamanho do desafio que é manter amizades duradouras. Os encontros diminuem, as mensagens atrasam, os silêncios se prolongam — e, muitas vezes, o afeto permanece, mas a convivência se desfaz. A vida adulta exige! E exige muito.

Tempo engolido por responsabilidades – trabalho, família, estudos, boletos, autocuidado, imprevistos. As agendas são muitas e custam a coincidir. E, ainda que a tecnologia facilite o contato, ela não substitui a presença real, o olhar, o afeto cotidiano. As amizades, que antes ocupavam um lugar central, passam a disputar espaço com obrigações inadiáveis.

As prioridades mudam – à medida que crescemos, desenvolvemos valores, ritmos e estilos de vida diferentes. Às vezes, isso fortalece a amizade, quando há respeito e maturidade. Outras vezes, cria distâncias silenciosas. Já não basta ter afinidade — é preciso disposição emocional, empatia e esforço mútuo para manter a conexão viva.

Cobrança/ culpa – adultos muitas vezes se cobram por não conseguirem ser os amigos presentes que gostariam de ser. Mas amizade na fase adulta precisa ser compreendida/percebida com mais gentileza. Não se trata de frequência, mas de profundidade. Um vínculo verdadeiro pode sobreviver ao tempo e à distância — desde que haja sinceridade, confiança e afeto real.

Intenção um “vamos marcar” que sai do discurso e se transforma em encontro. Uma ligação sem motivo especial. Um check-in emocional. Pequenos gestos que demonstram: “mesmo longe, eu me importo”. E isso vale mais do que qualquer presença constante.

No fim, talvez não seja tão difícil manter amizades adultas, mas é preciso, isso sim, entender que podemos reinventá-las — com menos idealização e mais verdade. Porque a amizade, mesmo com menos tempo, pode continuar sendo uma das formas mais potentes de companhia que a vida oferece.




Amigos e conhecidos: entenda melhor a diferença…

Amigos são um ingrediente fundamental na receita para uma vida feliz! A amizade está associada com uma saúde melhor, com um envelhecimento mais saudável. E, nesse universo temos amigos íntimos e meros conhecidos. Como entender e balancear essas relações?

O psicólogo Miguel Rizaldos, explica: “As amizades ativas são as pessoas com quem você compartilha valores e tem uma conexão mais profunda. É a família que você escolhe.

“Já as amizades passivas seriam, por exemplo, a que administra a padaria do bairro, o garçom do bar onde você come no trabalho, etc.  São pessoas com quem você compartilhou algo relativamente importante − um show, um trabalho − mas não estabeleceu uma conexão mais forte.

Um amigo vem quando você o chama, os demais, quando podem. Ele dá apoio e carinho incondicionais, por você ser quem é, não pelo que faz.

Segundo Rizaldos, com os amigos passivos “é necessário apenas dedicar pequenos gestos de atenção para manter um relacionamento”. Coisas simples: dar bom dia ao vizinho, perguntar ao garçom como foi seu fim der semana ou desejar um feliz aniversário àquele colega de trabalho que nos tirou de uma dificuldade.

Trata-se de unir simpatia com empatia. Ok, hoje embora as redes sociais sejam um modo simples de manter e cultivar conhecimentos, para as relações de amizade é preciso, manter um contato real com uma certa regularidade, tá?

Nem todas as árvores dão os mesmos frutos

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Reflita para não se frustrar – a dinâmica da amizade muda constantemente e as consequências são importantes. Um amigo da faculdade pode ser uma amizade ativa que, com o tempo, acaba se tornando uma relação mais passiva. Não desaparece do nosso círculo, mas as circunstâncias da vida implicam que mudou de categoria.

Talvez uma vizinha com quem se tinha um trato cordial, por circunstâncias da vida, acabe se tornando uma pessoa fundamental em nosso novo dia a dia e decidamos dedicar mais tempo a ela.

O objetivo é se cercar de pessoas que acrescentem e que cada amizade tem suas características e maneiras de agregar.

E para isso é essencial parar de idealizar as pessoas e valorizá-las pelo que são – isso nos permitirá agir em conformidade e evitar desilusões desnecessárias.