Arrastei uma filha já mocinha amuada e, na pousada, encontramos dois garotos igualmente entediados e loucos por aventuras.
Ficamos 5 dias no interior do estado, onde nem celular pegava. Todos os dias, saíamos as 7 da manhã em um caminhão aberto ou a pé com dois guias: o biólogo Diogo e o guia local Ferpa. E bastou apenas um encontro com o tuiuiú, a nossa cegonha gigante, em pleno vôo, para que todos entendessem que ali começava uma aventura muito melhor e mais verdadeira do que qualquer passeio a Disney – com ou sem Mickey.
No segundo dia, já havíamos nos deparado com centenas de marrecas-canoa, vislumbráramos o temível gavião fumaça, nos encantamos com as delicadas araras azuis e não havia medida para o espanto e sobressaltos que nos causavam aparições de animais como os tamanduás, porcos –espinho, lobinhos, jacarés( de todos os tamanhos) e garças – cujas penas, desenho dos olhos e bicos enlouqueceria qualquer profissional de maquiagem por aqui. E, auge da emoção: ficamos cara a cara com uma deslumbrante onça pintada
Conhecemos o caraguatá,(planta) o timbó ( fruto) e a temível figueira mata-pau que, literalmente estrangula as palmeiras e as mata lentamente ao longo de anos…
Ok, você deve estar achando que isso é um programa apenas para amantes da natureza e que, criaturas urbanas detestariam cada minuto.
Engano seu. Sou urbana em cada fio de cabelinho meu. Que ficaram devidamente arrepiados quando, durante um pic nic na mata, ao cair da noite, vislumbramos, a kilometros de distância, uma tempestade de raios multicoloridos que parecia a aurora boreal. Os garotos piraram e davam gritos de puro encantamento: compondo o jogo de luzes, centenas – senão milhares – de vaga-lumes piscavam seus corpos de luz a poucos metros da gente em uma dança enlouquecida.
Foi o espetáculo de som e luz mais deslumbrante que já vi na vida. (E olha que vi bastante). Inteiramente grátis e made in Brazil
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