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Brazilian Style – o livro dos equivocos

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Muitos fogos e rojões foram soltos pela cultura Disneyworld que se instalou no país, imaginando que algum alienígena possa acreditar que “o ovo é a mais popular comida de rua do Brasil”.  Apaixonado, segundo ele, pelos nossos símbolos, cercou-se  de algumas das mais carimbadas figurinhas  do  cenário “social climbers & history  ignorants”, para cometer atentados, colocando foto do retrato de D.Pedro II como sendo o de seu pai, de tribo africana como sendo brasileira, de manequim do Dener como sendo ele próprio.

Não se sabe quais os critérios usados para a seleção de personagens e fotos, mas houve espaço para Conrado Segreto, o breve,  e não para Guilherme Guimarães, o duradouro; para Gaby Amarantos e Joelma, mas não para Ney Matogrosso e Cazuza; para João Havelange, mas não para Juscelino Kubitschek; para Eike Batista, mas não para Assis Chateaubriand e Roberto Marinho, para Seu Jorge, mas não para Jorge Ben; para Marisa Monte, a geladeira solfejante, mas não para a eterna Elis Regina; para Mart’nália, mas não para Ângela Maria (que aparece, sem citação, na capa de O Cruzeiro) para Alair Gomes, mas não para Sebastião Salgado! para Moqueca, mas não para Churrasco,  para Alex Atala, mas não para Padaria. Também não houve espaço nesse “estilo brasileiro” para a irresistível Regina Casé e para o mitológico Cauby Peixoto, mas houve, é claro, página para o persistente-do-pândego, Walério Araújo.

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No telecurso midiático colonizado  em que o Brasil se transformou, qualquer gringo bem relacionado, muito mais interessado nos corpinhos sarados dos jovens praianos do que, propriamente, na cultura brasileira,  pode fazer um livro medíocre sobre nosso estilo de vida e ainda ser elogiado e até patrocinado.

 

 

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