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Iguarias Genéricas – e boas!!

Aquela pasta verde com a qual “temperamos” nossos sushis e sashimis em restaurantes japoneses – não é “wasabi” e sim um preparado similar à base de raiz forte – muito mais em conta e também mais fácil de encontrar.

Ora, ninguém nos ditos restaurantes, jamais se preocupou em explicar para a tonta aqui que wasabi não é wasabi – e me senti enganada, já que sempre pedi minha porção extra, enchendo a boca para mostrar que, pelo menos algumas palavras em japonês,  eu falo. E descubro que não era nada disso?!

Magoei. Mas, passado um tempo, comecei a pensar nos muitos alimentos que são considerados iguarias caras, muitas vezes raras e que tem um similar, um primo pobre mas, igualmente eficiente e/ou saboroso…

Ok, se falar com algum chef, um gourmand ou novo rico, a exigência (por motivos diversos) será sempre pelo produto “original”. Mas, acredite, há “substitutos” que, além de saborosos, são mais fáceis de encontrar, mais acessíveis e até mesmo mais sustentáveis.

Dried saffron spice and flower

 

Zafferano – vendido por peso, quase sempre em gramas, pois é caro, trata-se de um pó avermelhado que empresta cor e muito sabor  a risotos, carnes e massas na Italia. No Brasil é o açafrão da terra – uma raiz, também conhecida como cúrcuma e tem a mesma cor alaranjada do zafferano italiano. Como sabor, não agrega muito embora embeleze a apresentação dos pratos.

Palmito – o coração da palmeira, tenro e saboroso tem sido cada vez mais substituído pelo “palmito pupunha”. Menos tenro, embora mais durável,  política e sustentavelmente correto. Sem falar que, muito mais em conta…

Caviar –  o negro e pequeno é o raro e saborosíssimo: ovas de esturjão para saborear com as delicadas “blinis” minipanquecas adocicadas, torradinhas ou mesmo as colheradas, como fazem alguns felizardos. Os similares são muuuito mais baratos e extremamente saborosos: ovas de merluza, ovas de tainha seca (super popular conhecida como “Bottarga”, na Italia) e há quem “fabrique” o falso caviar com sagu bem cozido e marinado por horas em molho de soja…

 

Tartufo – em português chamamos de trufas. Existem as brancas raras, sazonais e caríssimas  que, usadas para temperar carnes e massas custam, meras 100 gramas, o  equivalente a duas diárias em um hotel de luxo. Mas existem as trufas negras, mais em conta embora não tão perfumadas. E, claro, as manteigas e azeites a base de trufas que embora menos elegantes, emprestam sim sabor e exotismo ao paladar.

Wasabi –  ok aprendi que, aquela explosão de sabor em nossas papilas, se deve ao preparado a base de raiz forte. E que o verdadeiro wasabi é o “Eutrema japonicum” produzido agora  em Pilar do Sul (SP) embora apenas 4 quilos por mês. É feito com o rizoma, retirado do caule das folhas quando atingem 20 centímetros de cumprimento. O sabor? Deve ser parecido com o que experimentei até hoje, sempre com muito deleite.

Ou não?! Talvez “estranhe” o verdadeiro, e para alegria de meu bolso continuarei a desfrutar o genérico – feliz da vida!




Como come?

No quesito “Refeições” podemos dizer que temos sim, não uma Etiqueta Brasileira, mas uma que podemos chamar de “regional”. Sim pois, com uma gastronomia rica e variadíssima, nosso país continental, oferece várias alternativas de “Como comer” os muitos pratos regionais – que por vezes mudam de nome, mas não de sabor, ou ainda, com o mesmo nome podem surgir em outra região completamente transformados.

Ora, de todos os sentidos, para mim, o paladar é o mais completo – sem falar nas delícias que, literalmente nos oferece!

Sim, começamos a degustar qualquer alimento muito antes de colocá-lo na boca: pelo aroma, que nos faz salivar quando sentimos determinados perfumes, o tato, que complementa a sensação que temos ao degustar e, muitas vezes, apenas olhar um lindo prato, é o suficiente para nos dar água na boca…

Os pratos que comemos na infância (ou em momentos de alegria e plenitude) são sempre nossos preferidos não importando seu sabor, mas a lembrança a que nos remetem.

Mesa, lugar sagrado –  a razão desse conceito que persiste em muitas casas, é que a comida, receitas, reuniões a mesa e os ingredientes usados em cada lugar são aspectos muito específicos de cada cultura. Há países em que, comer com a mão é a norma.  Já, em outros, é considerado falta de educação. Assim como existem alguns alimentos que só podem ser comidos com as mãos e outros em que é impossível fazê-lo. Arrotar a mesa em algumas culturas é um grande elogio ao chef, já em outras, uma grosseria.

Todo esse papo é para mostrar que seria impossível saber tudo sobre todas as receitas do mundo todo – não existe certo absoluto quando falamos de paladar. Nem totalmente errado. Depende de tanta coisa e, vamos combinar, para que tanto rigor ao rotular o prazer de degustar qualquer iguaria?

No entanto existe sim, uma tradição cultural e regional que, essa sim, deve ser respeitada. Não como regra de etiqueta – que pode variar muito – mas como sagrada tradição, importante de ser mantida, pois é o mais importante vínculo do ser humano.

É com comida que celebramos nascimentos, dias santos e matrimônios. Em volta da mesa, com diferentes receitas, as pessoas se reúnem vida afora: brindam, flertam, namoram, falam da escola das crianças, fazem planos para o futuro, discutem política, sonham e se consolam em momentos difíceis.

A comida e os sentimentos que desperta, fala com as pessoas – e vai direto ao que lhes é mais sagrado: suas lembranças mais afetivas e antigas. Acredito ser importante entender a história da nossa comida regional, e, por esse motivo, em breve apresentarei um a pesquisa recém terminada que fiz para explicar nossos pratos, como servir e comer.

Foi uma linda viagem por lugares que já conhecia, mas com um outro olhar. Um trabalho coletivo a quem antecipadamente agradeço ao Chef Carlos Ribeiro pela preciosa consultoria enquanto elaborava esse trabalho.




PRATOS ESQUISITOS

Uma vasilha redonda e funda de alumínio própria para alimentos de cachorros e gatos apresenta uma feijoada com batatas fritas e pedaços de paio e linguiça

Vai de feijão direto da vasilha do cachorro?


Há comida que vem apresentada em um sapato de alumínio, pratos com os ingredientes dispostos em um skate – não há limite para o mau gosto.
São propostas tão estranhas – e algumas abertamente nojentas – que há até uma conta de Instagram criada por usuários perplexos – como esses das fotos.

Na foto da direita fatias de sanduíches em pão integral de forma estão colocadas sobre uma pia de banheiro onde o lugar da saboneteira tem encaixado, no lugar do sabonete uma mini cumbuca com molho. Na foto da direita, 3 hambúrgueres estão colocados sobre um skate acompanhados de uma porção de batatas fritas.
Agora conta pra mim: se a idéia de quem cozinha é propor momentos de prazer degustando um prato arimático e saboroso, porque raios associar essa comida a elementos repugnantes?

Um mini mictório masculino em louça branca apresenta três fatias de carne de porco grelhadas e uma porção de verduras.

Dá pra comer do mictório?




Como fazer Rocambole de Pizza!

 

Eu amo pizza e não importa o formato. É maravilhosa de qualquer jeito.

Hoje vou passar uma receita super fácil que é da d. Cristina, minha mãe e é super deliciosa.

Ingredientes:

  • 03 xícaras de farinha de trigo
  • 100g de margarina
  • 02 ovos inteiros
  • 30g de fermento Fleischman
  • Leite morno
  • Sal a gosto

Modo de fazer:

  • Desmanchar o fermento em um pouco de leite morno (aqui não tem a quantidade certo, com diz minha mãe “é o olho”!
  • Juntar os outros ingredientes e misturar muito bem e deixe a massa crescer até dobrar de tamanho.
  • Dividir em duas parte.
  • Abrir com o rolo (massa fina, se conseguir). Distribuir o recheio que escolheu e enrolar como rocambole.
  • Colocar em uma assadeira untada e farinhada e pincelar com uma gema.
  • Levar ao formo médio por 40 minutos e está pronta essa delícia