Pitaco

Paixão é bom – péssimo é cultivar Ódio

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Polarização: esqueça – além de manjada, encerra historicamente o que a humanidade criou de pior e mais bestial. Também fujo de “extremos”. Todo o extremo é ruim – até mesmo de coisas boas.

Amor demais sufoca (ou enjoa). Chocolate demais dá diarreia, sol demais queima e desidrata…

Extremos não fortalecem – ao contrário, pois falta, a qualquer extremo, o sutil e poderoso equilíbrio. Os jovens detestam o equilíbrio: julgam-no insípido.  Falácia, claro!

Ora, essa virtude – tão pouco cultivada e valorizada – é irmã da estabilidade que, ao contrário de monotonia ou da volátil paixão, consolida a força e agrega. A estabilidade como aliada do tempo, reforça estratégias e estreita vínculos.

A maior qualidade do equilíbrio é que exige silêncio interior para ponderar e encontrar o melhor ponto de apoio. Seja para tomar uma decisão ou permanecer a beira do abismo antes de dar o passo atrás – ou se lançar.

Ninguém atinge o equilíbrio sem ouvir todos os lados – postura que a Paixão, Ódio e, mesmo a politicamente correta Convicção desconhecem. É preciso colocar-se no lugar do outro, ponderar alternativas. Nessa restauradora pausa, o individuo se enriquece. Respira. Percebe outros horizontes.

Se embarca em novas viagens ou não – é outro assunto. Ao respirar é possível adiar a decisão, pesar melhor, preparar-se enfim.

Estamos há anos respondendo por impulso, confrontando amigos, familiares e vizinhos por picuinhas estúpidas – e inúteis. Envenenando a vida sem perceber que o foco do que nos é mais caro se distancia cada vez mais.

Prazer – outra palavra que ficou distante. Pequenos e grandes prazeres. Estimular os sentidos diariamente com aromas, paladares, sorrisos, música – e o que mais nos der remeter a sensações que causem aquele arrepio de prazer da primeira paixão da juventude. E são tantas pequenas alegrias!

Redescubra as suas e resgate-as. Não deixe que clichês como “falta de tempo” ou “isso não é para mim” paralisem o seu prazer.  Aprendemos nesse ano que sempre pode piorar. Mas o oposto também se aplica: sempre pode melhorar, sempre posso experimentar, posso aprender, ousar e me libertar – se preciso for.

Toda vez que achar que vai desistir, se estiver perto de desanima e até desesperar, respire, pense que não está sozinho e que não é errado em um momento trágico como o que vivemos há 10 meses ter momentos de tormenta. Pecado – e grave – é não pedir ajuda, não procurar alguém para te apoiar, não compartilhar. Estamos todos juntos nessa.

Solidariedade – palavra poderosa da nova era. Mas é importante não esquecer sua irmã gêmea, a humildade – e cultivá-la, pois, juntas revertem situações extremas, sim – mas só para quem as prestigia sempre!

 

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