Redução de impostos, construção de centenas de hospitais e educação de qualidade para todos são exemplos de compromissos firmados por quem busca convencer o eleitorado.
Como representante pública no Congresso de um segmento tão negligenciado como é o do brasileiro com deficiência, sei de candidatos e políticos que prometem o impossível – inclusive em áreas da inclusão e acessibilidade.
Alguns exemplos de estelionato eleitoral: a promessa de zerar em um ano a fila de espera por uma cadeira de rodas no Brasil, assegurar que vai acessibilizar as calçadas de todo o Brasil em seu primeiro ano de mandato ou que tornará todas as escolas do País 100% acessíveis para toda e qualquer criança. …
Tudo isso sem um cronograma, planejamento, conhecimento ou clareza na construção das propostas e, o pior: sem acessibilidade na sua própria interlocução com o eleitorado.
Uma dica ao buscar seu candidato: procure saber se ele respeita a Lei e a diversidade de seu povo. E, na dúvida, busque a coerência.
Em 2011, por exemplo, durante o lançamento do Plano Viver sem Limites, a então presidente Dilma Rousseff anunciou um investimento de R$ 7,6 bilhões até 2014 para atender as demandas dos brasileiros com deficiência.
O pacote, anunciado como um grande feito da gestão, tinha um alcance de atendimento pífio. Em uma conta rápida, chegava-se ao valor de 55 reais, por ano, a cada brasileiro com deficiência – e para ser atendido nas áreas de educação, saúde, cidadania e acessibilidade!!!
Não dava nem para o começo: o valor não era suficiente sequer para o gasto anual com pilhas para um aparelho auditivo!!
Pois, se o discurso de seu candidato for bom demais, desconfie: ainda é função do eleitor não cair em ciladas deste tipo.
Nossa democracia é muito maior que promessas: hoje, temos ferramentas na rede que permitem avaliação e acompanhamento de nossos representantes – inclusive no que tange envolvimento com corrupção. Analise, acima de tudo, se o candidato ouve a quem ele representa.
Nossa maior arma ainda é o voto. E o eleitor, bem informado, é soberano – e responsável por aquele a quem delega o poder.
1 Comentário
bianca
29/03/2018 as 11:53Gostaria de saber quanto o governo anterior, do partido da deputada, investiu nesta mesma rubrica? Obrigada